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Venezuela prende general por participar de suposto atentado

Um coronel e um deputado também foram detidos por suspeita de ligação com explosões durante discurso de Nicolás Maduro

14 ago 2018 - 18h35
(atualizado às 18h52)
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Um general e um coronel das Forças Armadas da Venezuela foram detidos por suspeita de participação no suposto atentado contra o presidente Nicolás Maduro, informou nesta terça-feira (14/08) o procurador-geral do país, Tarek William Saab.

"Ontem, segunda-feira, 13 de agosto, foram apresentados o cidadão Juan Requesens (um deputado oposicionista), o coronel Pedro Javier Zambrano Hernández e o general de divisão da Guarda Nacional Bolivariana, Alejandro Pérez Gámez", afirmou Saab.

Maduro é cercado por seguranças após explosões durante um evento militar em Caracas. Governo afirmou que ação foi provocada por drones armados com explosivos.
Maduro é cercado por seguranças após explosões durante um evento militar em Caracas. Governo afirmou que ação foi provocada por drones armados com explosivos.
Foto: DW / Deutsche Welle

Pérez Gámez exercia a função de diretor dos serviços de manutenção da ordem interna na Guarda Nacional Bolivariana.

A suspeita de envolvimento de militares em um suposto complô contra Maduro marca um novo capítulo na crise venezuelana, já que as Forças Armadas são um dos pilares que garantem o poder do regime chavista.

Segundo o procurador-geral o número de detidos por suspeita de envolvimento no caso já chega a 14. O governo venezuelano aponta que pelo 34 pessoas participaram do suposto atentado contra Maduro.

"Até o momento desta entrevista coletiva, 14 presos já foram apresentados e acusados pelo Ministério Público. Repito, apresentados e acusados nos tribunais 14 dos 34 envolvidos", disse Saab.

O promotor ainda apontou que "vários" envolvidos estão em outros países, como o deputado oposicionista Julio Borges, apontado pelo governo como o "autor intelectual" do ataque e que está na Colômbia.

Em 4 de agosto, duas explosões, que as autoridades de Caracas dizem ter sido provocadas por dois drones, obrigaram Maduro a abandonar rapidamente uma cerimônia de celebração do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. Sete militares ficaram feridos.

A cerimônia, realizada na Avenida Bolívar de Caracas, era transmitida ao vivo pelas rádios e televisões venezuelanas e, no momento em que Maduro discursava ouviu-se uma das explosões.

Logo depois do episódio, o líder venezuelano acusou diretamente o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos de ordenar o suposto atentado.

"Foi o ex-presidente Juan Manuel Santos quem deu a ordem de preparar a ação terrorista para o meu assassinato", disse Maduro durante um ato com 700 generais e almirantes em Caracas, transmitido pelo rádio e pela televisão. Segundo Maduro, Santos atuou em coordenação com o opositor Julio Borges.

Críticos do regime questionam a versão do governo e apontam que o regime já usou outros incidentes para reprimir opositores e manter seu controle do país, que passa por uma grave crise econômica e política.

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