Venezuela retém 1,5 mil jatos privados em combate ao tráfico
Nicolás Maduro, afirmou que lançou "uma operação secreta às 5h da manhã"
Cerca de 1,5 mil aviões particulares ficaram retidos de maneira "preventiva" em vários aeroportos da Venezuela nesta sexta-feira (28). Segundo as autoridades, os jatos apresentavam "documentos inconsistentes" e as aeronaves foram barradas após o início de uma "operação secreta" do governo. Na "Céu Soberano", foram proíbidas as saídas de "voos privados" de sete terminais aéreos de toda a Venezuela.
O presidente, Nicolás Maduro, afirmou que lançou "uma operação secreta às 5h da manhã". "Tomei os aeroportos do país e já temos 1,5 mil jatos privados, revisando nossa história". O mandatário falou durante o ato pelos 94 anos da Aviação Militar Bolivariana e os 22 anos da rebelião cívico-militar de 27 de novembro de 1992 contra o governo de Carlos Andrés Perez (1989-1993).
"E assim lhes digo: corruptos temam porque o Corpo Nacional contra a Corrupção irá para as ruas e buscará vocês onde estiverem", advertiu Maduro. Com isso, o governo pretende usar "medidas contundentes" para exercer "mecanismos de controle e regulação" na aviação privada com foco na "erradicação" do tráfico ilícito de drogas, combater a corrupção e "neutralizar as ameaças constantes que cercam" o país.
O vice-presidente executivo, Jorge Arreaza, contou ainda que o plano estará presente em todos os terminais aéreos e é parte das recentes leis decretadas por Maduro desde o dia 19 de outubro.
As medidas querem fortalecer a luta contra a "guerra econômica e a corrupção". De acordo com Arreaza, "esta é uma ação necessária, pois a liberdade nos voos e nos voos privados da Venezuela deve ser controlada pelo Estado". Centenas de militares e funcionários civis de organismos como a Guarda Nacional Bolivariana (GBN), a Oficina Nacional Antidrogas (ONA) e o Corpo Nacional Anti-corrupção realizam inspeções acompanhados de cachorros treinados para detectar drogas.
Os aeroportos afetados pelas medidas são o "Aeroporto Internacional Simon Bolívar, em Vargas, o La Chinita, em Zulia, o Arturo Michelena, em Valência, o Santiago Mariño, em Nova Esparta, o José Anzoátegui, em Barcelona, e o Machado Zuloaga e o Metropolitano em Los Valles del Tuy". Entre todos os aviões apreendidos apenas um apresentava "particularidades", estando sem nenhuma autorização ou permissão para operações dentro do território nacional.