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"Violência injustificável", diz chanceler sobre atentado contra Kirchner

Carlos França informou que o Itamaraty busca informações sobre o brasileiro que tentou matar a vice-presidente da Argentina

2 set 2022 - 10h02
(atualizado às 10h39)
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Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos França
Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos França
Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR

Carlos França, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, classificou a tentativa de homicídio contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, como uma "violência injustificável".

Kirchner foi alvo de um atentado contra sua vida na noite de quinta-feira, 1º, em Buenos Aires. Um brasileiro é suspeito de ser autor do ataque.

Em entrevista para a jornalista Andréia Sadi, da TV Globo, França acrescentou que o Itamaraty está apurando informações sobre o brasileiro, identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos.

Sabag nasceu no Brasil, mas é filho de um chileno e uma argentina e vive no país vizinho desde 1993. Segundo o Itamaraty, seu pai foi expulso do Brasil em 2021. O Itamaraty e o consulado-geral em Buenos Aires acompanham o caso.

Veja o momento em que brasileiro tenta atirar contra Cristina Kirchner:

O que ocorreu

Fernando André Sabag Montiel teria sido responsável por tentar matar a ex-presidente, e atual vice, da Argentina, Cristina Kirchner. Um vídeo registra o momento em que ele aponta uma arma para Cristina e rapidamente é detido. De acordo com o presidente, Alberto Fernández, era uma pistola carregada com cinco munições. O presidente afirma que houve a tentativa de disparo, mas a arma falhou.

A tentativa de atirar contra a vice-presidente aconteceu no momento em que Cristina se aproximou da militância que estava de vigília na frente da sua casa no Bairro da Recoleta, em Buenos Aires. No vídeo, é possível ver que Cristina se abaixa no momento em que a arma é apontada. De imediato, seguranças intervêm e conseguem segurar o suspeito.

Quem é

Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, tem antecedentes criminais e supostas ligações com grupos extremistas.

A Polícia da Cidade parou, em 17 de março de 2021, o carro do brasileiro, que estava sem placa traseira. Ao abrir a porta do condutor, uma faca de 35 centímetros caiu no chão. Fernando alegou portar a arma para autodefesa e foi liberado com uma notificação, diz o jornal Clarín.

Sabag Montiel é registrado como motorista de aplicativo. Ele possui um Chevrolet Prisma preto e foi detido, no ano passado, com uma faca enquanto dirigia o carro, segundo fontes de segurança.

O mesmo periódico afirma que o homem detido tem tatuagens referentes ao nazismo e interagia com publicações de grupos extremistas a partir de perfis nas redes sociais que foram retirados do ar. Uma das tatuagens é o "Sol Negro", símbolo usado por grupos neonazistas.

Trata-se de 12 raios no formato do ícone da "SS", a Polícia do Estado Nazista, conectados a um círculo preto no centro da imagem. Ele também marcou na pele ícones nórdicos cooptados por simpatizantes do Terceiro Reich.

Ainda conforme o Clarín, o brasileiro usava o codinome "Salim" no Facebook e no Instagram. Uma das publicações é sobre uma aparição na TV. Ele disse que concedeu a entrevista para fazer críticas ao governo. O texto da postagem encerra com os dizeres: "Nem Milei (parlamentar especulado à disputa presidencial de 2023), nem Cristina".

Manifestações

Apoiadores de Kirchner têm se manifestado após promotores pedirem 12 anos de prisão a Cristina por supostos esquemas de corrupção. Enquanto presidente, ela teria beneficiado empresários específicos e interferido em contratos milionários para obras de rodovias, diz o Ministério Público. A vice do Executivo argentino afirma ser inocente e diz que a denúncia é uma tentativa de derrubar o projeto político que ela representa.

Após a tentativa de atentado, os protestos no entorno da residência da vice-presidente se intensificaram. Manifestantes passaram a madrugada inteira no Bairro da Ricoleta. O presidente Alberto Fernández declarou feriado nacional nesta sexta-feira, 2.

"Providenciei para que amanhã (2 de setembro) seja declarado feriado nacional, para que em paz e harmonia o povo argentino possa se expressar em defesa da vida, da democracia e em solidariedade com a nossa vice-presidente".

* Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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