Anistia Internacional acusa Estado Islâmico de crimes no Iraque
A Anistia Internacional acusou hoje (23) o grupo fundamentalista Estado Islâmico de cometer crimes de guerra e contra humanidade “em larga escala” no Iraque, submetendo mulheres e crianças a “um tratamento particularmente brutal”.
No mais recente comunicado sobre a tortura a que estão sujeitos os grupos minoritários no Iraque, a organização de defesa dos direitos humanos denuncia “o recurso à violação como arma de guerra”.
O grupo Estado Islâmico tem “sistematicamente” dirigido os ataques contra as comunidades não árabes e não sunitas, o que inclui os muçulmanos xiitas e outros grupos minoritários, como os yazidi. Entre esses, mulheres e crianças têm sido alvos de “um tratamento particularmente brutal”, diz a organização.
“Violação e outras formas de tortura e violência sexual, sequestros, privação arbitrária da liberdade e obrigar pessoas a agir contra as suas convicções religiosas são crimes de guerra”, lembra a Anistia.
Apesar da condenação internacional, "o Estado Islâmico não tem revelado qualquer intenção de acabar com os crimes de guerra e contra a humanidade”, acrescenta a organização, apelando, por isso, a todas as partes, dentro ou fora do Iraque, para “pôr fim aos sequestros, casamentos forçados, violações e outros abusos”.
O Estado Islâmico continua a manter sequestradas “centenas de prisioneiros, incluindo crianças”, critica a Anistia, denunciando que aqueles que já foram libertados ou conseguiram fugir “não estão recebendo a ajuda e o apoio de que precisam, especialmente por parte das organizações internacionais.
A Anistia destaca a necessidade de fornecer cuidados médicos adequados aos poucos que têm conseguido escapar do grupo.
A comunidade internacional tem repetidamente acusado o Estado Islâmico de crimes de guerra e contra a humanidade, desde que, em junho, o grupo armado fundamentalista começou a controlar vastas zonas do Iraque e da Síria, onde diz pretender instaurar um “califado islâmico”.