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Após morte de Navalny, jornalista russa conta que já foi envenenada e vive escondida

Elena Kostyuchenko disse que o editor do jornal em que ela trabalha já recebeu informação de que soldados russos tinham ordens para matá-la

19 fev 2024 - 12h26
(atualizado às 13h09)
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Elena Kostyuchenko
Elena Kostyuchenko
Foto: Reprodução/TV Globo

Após a morte de Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin, a jornalista russa Elena Kostyuchenko, que conhecia ele, contou em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que vive escondida com medo de morrer. Segundo a jornalista, ela está fora da Rússia e se muda a cada mês de país.

"Eu não tenho residência fixa, por questões de segurança", disse ela à emissora, em reportagem exibida no domingo, 18.

Elena trabalha para o jornal Novaya Gazeta, especializado em jornalismo investigativo e criticado por Putin. Seis de seus jornalistas foram assassinados na Rússia. Quando estava exilada na Alemanha, ela chegou a ser envenenada. A suspeita é de que o envenenamento foi a mando do governo Putin. No começo da Guerra da Ucrânia, ela fez diversas reportagens sobre os soldados russos, assassinatos de civis, sequestros e torturas.

"Meu editor recebeu informação de que os soldados russos tinham ordens, não para me deter ou prender, mas para me matar", disse.

De acordo com a jornalista, Navalny era sempre punido na prisão e vivia em péssimas condições.

"Ele ficou preso 1124 dias. Não em qualquer prisão, mas nas piores condições, onde era punido por mau comportamento. Era uma tortura contínua. A saúde dele obviamente estava deteriorada", avaliou. Navalny tinha sido condenado a 19 anos de prisão.

"Meu colega na Nova Gazeta falou com um dos prisioneiros e ele contou que os preparativos para a 'morte súbita' começaram na noite anterior. Ele foi assassinado. Mas não sei como podemos provar, se não entregam o corpo à família", comentou ainda a jornalista.

Hematomas no corpo de Navalny

O corpo do opositor russo Alexei Navalny, que morreu na sexta-feira, 16, tem sinais de hematomas e convulsões, segundo informações do Novaya Gazeta Europa, citando um funcionário de uma ambulância em Salekhard, cidade próxima à prisão em que Navalny morreu. Ainda de acordo com o socorrista, o corpo médico disse que percebeu a presença de hematomas apontou que esse tipo de lesão ocorre por causa de convulsões.

O periódico também afirmou que existem sinais indicando que os médicos da prisão tentaram ressuscitar Navalny, mas ele provavelmente morreu de parada cardíaca. Por outro lado, as autoridades penitenciárias disseram que Navalny ficou inconsciente e morreu após uma caminhada na colônia penal, para onde foi transferido no final de dezembro.

As autoridades prisionais russas disseram que as suas causas estavam "sendo determinadas". Os investigadores locais disseram que lançaram uma "verificação processual" da morte de Navalny.

Corpo não liberado

Os aliados políticos de Navalny confirmaram a sua morte no sábado, 17, apontando que sua mãe, Liudmila Navalnaia, recebeu uma notificação oficial de que seu filho havia morrido na sexta-feira. A família do opositor russo esperava que as autoridades liberassem o corpo de Navalny.

Kira Yarmish, porta-voz de Navalny, disse em um comunicado no X, antigo Twitter, que os investigadores russos transferiram o corpo de Navalny de uma colônia penal no Ártico para a cidade de Salekhard, onde estava sendo examinado.

"Exigimos que o corpo de Alexei Navalny seja entregue imediatamente à sua família", disse Yarmish em seu comunicado. 

Em Salekhard, um centro regional próximo da colónia penal, a mãe de Navalny e o seu advogado encontraram um necrotério fechado. Quando ligaram, as autoridades disseram que o corpo de Navalny não estava lá, disse Yarmish.

Outro advogado foi informado, disse ela, que uma "histologia adicional" foi realizada para determinar a causa da morte de Navalny e que seus resultados devem ficar prontos na próxima semana. "Eles mentem e fazem de tudo para não entregar o corpo", afirmou Yarmish.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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