Arábia Saudita anuncia IPO da empresa mais rentável do mundo
Saudi Aramco chegará à Bolsa no dia 11 de dezembro
O governo da Arábia Saudita confirmou neste domingo (3) a abertura de capital da sua principal empresa, a petrolífera Saudi Aramco, no que pode ser a maior oferta pública inicial de ações (IPO) da história.
O desembarque da estatal no mercado acionário será na Tadawul, a Bolsa de Valores de Riad, mas ainda não se sabe qual será o preço das ações nem a fatia da companhia que será colocada à venda.
A Saudi Aramco é considerada a empresa mais lucrativa do mundo e encerrou 2018 com um resultado positivo de US$ 111 bilhões. O objetivo do governo é levantar US$ 100 bilhões com investidores, valor que seria revertido para o fundo soberano que financia projetos de desenvolvimento no país.
Atualmente, o maior IPO da história é o da companhia chinesa de comércio eletrônico Alibaba, que arrecadou US$ 25 bilhões em 2014.
Prometida desde 2016, a abertura de capital da Saudi Aramco é parte de um programa de modernização promovido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de facto do país e que busca diversificar e abrir a economia saudita.
Mas essa imagem reformista que ele tenta vender foi afetada pela acusação de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, torturado, morto e esquartejado no consulado saudita em Istambul, e pelas políticas repressivas do governo, especialmente contra mulheres e dissidentes.
A Saudi Aramco surgiu em 1933, após um acordo entre o governo saudita e a americana Standard Oil California, hoje Chevron, para explorar petróleo no país árabe. O governo saudita, no entanto, comprou toda a empresa entre 1973 e 1980.
"Queremos dividir a Aramco com os cidadãos da Arábia Saudita. Queremos investidores financeiros de todo o mundo", disse o governador do fundo soberano do reino, Yasir al-Rumayyan. Muitos deles, no entanto, ficaram reticentes depois do ataque contra instalações da estatal em setembro passado, ação atribuída por Riad ao Irã.
A empresa produz mais de 10 milhões de barris de petróleo cru por dia, algo em torno de 10% da demanda global.