Arábia Saudita irá admitir morte de jornalista, diz imprensa
Jamal Khashoggi é crítico do príncipe herdeiro saudita
O governo da Arábia Saudita está considerando emitir uma declaração sobre o caso do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, explicando que ele teria sido morto por engano durante um interrogatório que deu errado, informou nesta segunda-feira (15) a CNN, citando duas fontes não identificadas. De acordo com a emissora norte-americana, uma das fontes afirma que as conclusões do relatório, que ainda está sendo preparado, provavelmente incluirá o fato de que a "operação foi realizada sem autorização e transparência e que os envolvidos serão responsabilizados".
Hoje cedo, as autoridades turcas começaram a investigar o consulado saudita em Istambul como parte do inquérito sobre o desaparecimento de Khashoggi, relatou o jornal "Sabah", citando fontes do Ministério das Relações Exteriores em Ancara.
A inspeção ocorre na presença simultânea dos investigadores turcos e sauditas, que chegaram na semana passada após um acordo entre Ancara e Riad para a criação de um "grupo de trabalho conjunto".
A abertura das portas do consulado havia sido prometida pelas autoridades sauditas há quase uma semana. A polícia turca está "investigando seriamente" a hipótese de que o corpo de Khashoggi foi dissolvido em ácido, relatou o jornal "Haberturk".
O rei saudita, por sua vez, "nega qualquer hipótese do que pode ter acontecido". Em coletiva de imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está trabalhando "em estreita colaboração com a Arábia Saudita e a Turquia para entender o que aconteceu" com o jornalista.
Khashoggi, crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, desapareceu depois de entrar no consulado saudita em Istambul, em 2 de outubro, para trâmites burocráticos relativos a seu casamento com uma cidadã turca, Hatice Cengiz.