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Armênia e Azerbaijão intensificam confronto mais violento desde os anos 1990

28 set 2020 - 12h53
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O confronto entre a Armênia e o Azerbaijão escalou intensamente nesta segunda-feira dentro e ao redor do território montanhoso de Nagorno-Karabakh, e ao menos 30 pessoas morreram em um segundo dia de embates violentos.

Membros das Forças Armadas do Azerbaijão realizam disparos durante confronto com a Armênia
28/09/2020
Ministério da Defesa do Azerbaijão/Handout via REUTERS
Membros das Forças Armadas do Azerbaijão realizam disparos durante confronto com a Armênia 28/09/2020 Ministério da Defesa do Azerbaijão/Handout via REUTERS
Foto: Reuters

Forças dos dois vizinhos ex-soviéticos se atacaram com foguetes e artilharia na maior conflagração do conflito de décadas em mais de um quarto de século.

Se ele degenerasse em uma guerra, atrairia as grandes potências regionais Rússia e Turquia. Moscou tem uma aliança de defesa com a Armênia, enquanto Ancara apoia os turcomanos étnicos do Azerbaijão aos quais os turcos são aparentados.

"Não vimos nada assim desde o cessar-fogo da guerra nos anos 1990. O combate está acontecendo em todas as seções da linha de frente", disse Olesya Vartanyan, analista sênior do Crisis Group para a região do sul do Cáucaso.

Ela disse que o uso crescente de foguetes e artilharia cria um risco maior de baixas civis, o que pode tornar a escalada mais difícil de deter por meios diplomáticos.

"Se houver baixas em massa, será extremamente difícil conter este combate, e certamente veremos uma guerra propriamente dita que terá uma intervenção em potencial da Turquia ou da Rússia, ou ambas", opinou Vartanyan.

A Armênia de maioria cristã e o Azerbaijão majoritariamente muçulmano se chocaram pela primeira vez nos anos 1980 por causa de Nagorno-Karabakh, região separatista localizada no Azerbaijão, mas povoada e administrada principalmente por armênios étnicos.

A luta ressuscitou temores a respeito da segurança do sul do Cáucaso, um corredor de dutos de petróleo e de gás para mercados de todo o mundo.

Angela Frangyan, cineasta que mora em Stepanakert, capital de Nagorno-Karabakh, disse que os moradores se recolheram a abrigos antibomba e que se ouve um bombardeio constante. Todas as lojas foram fechadas e não há quase ninguém nas ruas, contou ela.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, exigiu que a Armênia se retire imediatamente de terras azeris que acusou o país de estar ocupando e disse que é hora de encerrar a crise em Nagorno-Karabakh.

O Parlamento armênio repudiou o que classificou como um "ataque militar de escala total" do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, dizendo que a investida está recebendo ajuda da Turquia e que o envolvimento de Ancara cria o perigo de desestabilizar a região. O Azerbaijão negou que a Turquia esteja participando do combate.

No fronte diplomático, a China exortou os dois lados a mostrarem comedimento, a Rússia pediu um cessar-fogo imediato e a Turquia disse que amparará o Azerbaijão.

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