Artesãos navais vão à Argentina para 'tratar' Amerigo Vespucci
Navio da Marinha italiana se encontra atualmente no Brasil
Um grupo de artesãos navais partirá da Itália para a Argentina para "tratar' do Amerigo Vespucci, navio-escola da Marinha Militar que se encontra atualmente no Brasil, no âmbito de uma volta ao mundo iniciada em julho.
A partir de novembro, a embarcação fará uma parada técnica no estaleiro Rio Santiago, no porto argentino de La Plata, para um período de manutenção.
À sua espera estarão carpinteiros navais, construtores, artesãos especialistas em alfaiataria náutica, eletricistas e técnicos em eletrônica do mundo todo, que trabalharão sob a supervisão da Fincantieri, signatária de um contrato de 12 milhões de euros com a administração do arsenal marítimo de La Spezia, na Itália.
Serão inspecionados os mastros, o mobiliário de madeira e os equipamentos de navegação, enquanto os tecidos das velas serão restaurados, e técnicos especializados intervirão em todas as instalações de bordo.
"Trabalhamos nos mastros do Vespucci mais ou menos desde os anos 1960. Para nós, o Vespucci é da família", comenta o artesão Andrea Moroni, da empresa 'Moroni Navi', de Santo Stefano di Magra, de onde sairá uma equipe de 10 pessoas.
"Em maio passado, já estivemos na Argentina para uma inspeção. Levaremos um pouco dos nossos equipamentos porque podemos ter dificuldades para encontrar alguns materiais no local. Os mastros do Vespucci, por exemplo, são feitos em madeira de abeto da América do Norte, que é bastante complicada de importar. Também precisaremos de aço inoxidável e ligas especiais", disse.
As obras buscam garantir que o navio construído em 1931 enfrente a travessia do Cabo Horn e do Estreito de Magalhães para chegar ao Oceano Pacífico e depois navegar por mais 10 meses antes de regressar ao Mediterrâneo.