Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

As imagens impactantes da seca histórica do rio Paraná

O rio é compartilhado por Argentina, Paraguai e Brasil, e seu fluxo é hoje historicamente baixo, com graves consequências para o meio ambiente e a economia da região.

7 set 2021 - 12h54
(atualizado em 8/9/2021 às 04h09)
Compartilhar
Exibir comentários
Vista aérea do rio Paraná, próximo à cidade de Rosário, na Argentina
Vista aérea do rio Paraná, próximo à cidade de Rosário, na Argentina
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Quando um rio seca, a tragédia é visível. O desaparecimento das águas revela uma paisagem empoeirada, pontilhada por pequenas lagoas e novas ilhas.

É assim que estão hoje grandes trechos do rio Paraná, o segundo mais longo da América do Sul depois do Amazonas, e que se encontra em seu nível mais baixo desde 1944.

Os níveis da água não atingiam esse nível há mais de sete décadas
Os níveis da água não atingiam esse nível há mais de sete décadas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O rio de 4.880 km nasce no sudeste do Brasil, atravessa o Paraguai e deságua no Río de la Plata, na Argentina. Ele é chave para a indústria comercial e pesqueira, além de fonte de água doce para 40 milhões de pessoas.

É também uma das vias navegáveis mais importantes para o transporte de grãos, e sua situação está obrigando muitos exportadores a considerarem o uso de rotas terrestres.

Essa alternativa é menos sustentável do que a hidroviária. Enquanto o transporte por caminhão produz 100 gramas de CO2 para cada tonelada por quilômetro transportado, na hidrovia são 20 gramas.

Além disso, o transporte rodoviário é mais caro.

"O rio Paraná é a maior zona úmida socioprodutiva, com a maior biodiversidade e mais importante da Argentina", disse o geólogo Carlos Ramonell à agência AFP.

Muitos pescadores vivem do que pescam no rio Paraná
Muitos pescadores vivem do que pescam no rio Paraná
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
El Remanso é um município argentino às margens do Paraná que depende da pesca artesanal para sua subsistência
El Remanso é um município argentino às margens do Paraná que depende da pesca artesanal para sua subsistência
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O turismo pesqueiro e a pesca de subsistência são atividades comuns no rio Paraná.

No trecho do rio do outro lado da fronteira com o Brasil, na Argentina, existem várias colônias com famílias de pescadores em crise por causa do baixo fluxo.

Onde antes havia água, apenas terra empoeirada é visível
Onde antes havia água, apenas terra empoeirada é visível
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
O desmatamento e a crise climática são a causa da seca, segundo especialistas
O desmatamento e a crise climática são a causa da seca, segundo especialistas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
O rio Paraguai, que passa brevemente pela Bolívia, atravessa o Paraguai e deságua no rio Paraná. O rio Paraguai também apresenta níveis historicamente baixos.
O rio Paraguai, que passa brevemente pela Bolívia, atravessa o Paraguai e deságua no rio Paraná. O rio Paraguai também apresenta níveis historicamente baixos.
Foto: Reuters / BBC News Brasil

No Brasil, também há registros de peixes afetados.

Para economizar água e conseguir atender à demanda de energia nos próximos meses, o Ministério de Minas e Energia recomendou que algumas usinas do rio Paraná reduzissem sua vazão.

Um hidrômetro em Corrientes, Argentina, marca o nível do rio
Um hidrômetro em Corrientes, Argentina, marca o nível do rio
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Enquanto isso, na Argentina, o governo declarou uma emergência hídrica de 180 dias no final de julho em várias províncias, incluindo Buenos Aires, para mitigar as graves consequências econômicas e ambientais da queda dos níveis de água.

Atualmente, como consequência da estiagem, a vazão do Paraná foi reduzida de uma média de 17 mil metros cúbicos por segundo para apenas 6,2 mil.

Homem tenta tirar água de um ramo quase seco do rio Paraná
Homem tenta tirar água de um ramo quase seco do rio Paraná
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Um grupo de cavalos corre ao longo da margem quase seca do rio Paraná
Um grupo de cavalos corre ao longo da margem quase seca do rio Paraná
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Os baixos níveis das águas estão causando problemas para a produção de energia, já que a hidrelétrica que corta o rio Paraná entre a Argentina e o Paraguai (Yacyretá) funciona apenas com metade da capacidade.

Na semana passada, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, alertou que a seca também pode levar ao racionamento de energia no Brasil.

Segundo especialistas, as causas da seca dos últimos anos estão ligadas ao desmatamento descontrolado, às mudanças climáticas e aos ciclos naturais.

Especialistas acreditam que a seca pode durar até 2022.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade