Veja ideias (estranhas) de novas bandeiras da Nova Zelândia
A Nova Zelândia se prepara para votar, nos próximos meses, no desenho que pode se tornar sua nova bandeira. O governo do premiê John Key lançou o concurso da nova bandeira no ano passado, alegando que a Union Jack (bandeira britânica que ilustrava a neozelandesa) deve ser removida por representar a era colonial da Nova Zelândia, "cuja época já passou".
Key também se queixava de que a atual bandeira do país é muito parecida com a da Austrália.
Mais de 10,2 mil desenhos foram submetidos ao concurso, e 40 deles foram selecionados à segunda fase. Nesta, quatro bandeiras serão escolhidas por um comitê para disputar a fase final.
E, no final deste ano, os neozelandeses votarão em sua favorita. Em março de 2016, um plebiscito vai decidir se o novo desenho vai se tornar a bandeira oficial do país ou se a bandeira atual permanecerá em vigor.
Símbolos
As ilustrações finalistas trazem símbolos do país, como algumas variações do koru ("laço" em maori, idioma do povo indígena neozelandês), uma forma em espiral que representa um broto de samambaia – a planta típica do país –, o Cruzeiro do Sul e as ilhas que formam a Nova Zelândia.
A folha de samambaia já é usada atualmente nos uniformes de muitas seleções esportivas – inclusive o All Blacks, famoso time de rúgbi do país – e representa as indústrias de turismo e comércio.
O concurso levantou discussões: alguns defendem que o país deve honrar sua população nativa maori na bandeira; outros alegam que a folha de samambaia sobre o fundo negro fica parecida demais com a bandeira do grupo extremista autodenominado "Estado Islâmico".
Mas também há curiosidades entre os mais de 10 mil desenhos que não foram selecionados: feitos com traços engraçados e pueris, abordam também outros símbolos populares da Nova Zelândia, como as ovelhas e o pequeno pássaro local kiwi.
Um dos desenhos traz até o Senhor Cabeça de Batata – que, segundo o autor, representa o "fish and chips" (prato de peixe e batata fritos) local.
A troca de bandeira, porém, não é unanimidade no país. Muitos se queixam de que o concurso (ao custo de US$ 20 milhões) é excessivamente caro e desnecessário. Na semana passada, uma pesquisa encomendada pelo jornal apontou que só um quarto dos entrevistados apoia a mudança da bandeira.
Ao mesmo tempo, outros países já propuseram trocar suas bandeiras para eliminar delas traços do passado colonial britânico e reafirmar suas identidades nacionais.
O Canadá, por exemplo, abandonou a bandeira ilustrada com a Union Jack em 1964, adotando a folha de bordo (outras sugestões de desenho na época eram o urso, o alce e o castor) como símbolo nacional.
Mas há também quem tenha voltado atrás. O Malauí mudou sua bandeira em 2010, quando o presidente Bingu wa Mutharika quis trocar o símbolo de um sol nascente por um sol inteiro – o que, segundo ele, simbolizava a mudança de um país em desenvolvimento para um país desenvolvido.
A troca não teve apoio popular e, dois anos depois, quando o presidente já havia morrido, sua sucessora Joyce Banda reverteu a decisão.