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Ásia

AirAsia: sobe para 39 nº de corpos resgatados no Mar de Java

Alguns cadáveres foram retirados da água ainda em seus assentos

6 jan 2015 - 12h38
(atualizado às 13h27)
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Equipes de resgate transportam o cadáver de um passageiro do avião da AirAsia na base aérea em Pangkalan Bun, em 6 de janeiro
Equipes de resgate transportam o cadáver de um passageiro do avião da AirAsia na base aérea em Pangkalan Bun, em 6 de janeiro
Foto: Beawiharta / Reuters

As equipes de resgate da Indonésia recuperaram, até agora, 39 dos 162 corpos das vítimas do voo da AirAsia, que caiu no mar de Java há nove dias, onde as fortes correntes e ondas dificultam as tarefas de busca, indicaram nesta terça-feira fontes oficiais.

O diretor das operações, Suryadi B. Supriyadi, lamentou que o trabalho das embarcações e aviões da equipe internacional que participa das operações não progrediu de maneira significativa, segundo o canal de televisão Channel News Ásia.

As equipes recuperaram hoje dois corpos, o que eleva a 39 o número total dos corpos retirados da água, alguns ainda em seus assentos, enquanto 16 foram identificados.

As equipes de resgate continuam com a busca por mais vítimas e pelas caixas-pretas do avião que permita às autoridades aéreas esclarecer as causas do acidente, mas ondas de até três metros e as fortes correntes dificultam a tarefa dos mergulhadores.

Desde o fim de semana, os mergulhadores e veículos não-tripulados tratam de confirmar que cinco grandes objetos localizados com radares cerca de 30 metros de profundidade pertencem ao Airbus 320-200 do voo QZ8501.

O mar de Java, palco de várias batalhas navais durante a Segunda Guerra Mundial, tem vários restos de navios em seu fundo marinho.

As famílias, a companhia aérea e o governo aguardam com ansiedade pelas caixas-pretas, que podem explicar as causas do acidente, embora a agência meteorológica indonésia tenha sugerido que a causa mais provável tenha sido uma falha do motor devido ao gelo formado quando o avião atravessou uma nuvem.

Enquanto isso, todos esperam que o temporal e o estado do mar melhorem para poder acelerar as tarefas de busca, para a qual convocaram inclusive vários ímãs muçulmanos para que rezassem em um dos aviões de resgate que sobrevoavam as águas.

O Ministério de Transportes da Indonésia anunciou a suspensão de quatro operações aéreas no aeroporto da cidade indonésia de Surabaia, desde onde partiu o avião com destino a Cingapura.

As autoridades locais asseguram que a companhia de baixo custo não tinha permissão para a rota Surabaia-Cingapura no domingo, quando ocorreu o acidente.

O diretor-geral para transporte aéreo, Djoko Murjatmodjo, assinalou ontem à noite aos meios de comunicação que o Ministério ordenou a "suspensão de todo o pessoal relacionado" com as atividades do voo QZ8501, segundo o jornal "Jakarta Post".

"Se, depois da avaliação, outra companhia aérea estiver voando com uma agenda não aprovada, é uma violação que acarretará a suspensão", disse Murjatmodjo.

O Ministério de Transporte, além disso, imporá reuniões informativas obrigatórias para os pilotos sobre as condições climatológicas da rota antes da decolagem.

O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia, na ilha de Java, em 28 de dezembro e tinha previsto aterrissar cerca de duas horas depois em Cingapura, mas caiu no mar de Java 40 minutos após partir.

A aeronave transportava 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e um cidadão de Cingapura, entre 155 passageiros e uma tripulação de 7 membros.

O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar para esquerda e subir desde os 32 mil pés de altitude (9,76 quilômetros) até os 38 mil (11,59 quilômetros) para fugir da tempestade.

A torre de controle aprovou o movimento no momento, mas quando alguns minutos depois chamou o piloto para aprovar uma ascensão só até os 34 mil pés, não pôde estabelecer contato.

Em janeiro de 2007, um Boeing 737-400 da desaparecida companhia aérea Adam Air sofreu um acidente com 102 pessoas a bordo, em sua maioria indonésios, no mar de Java.

Os restos foram achados dez dias depois e as investigações revelaram que os pilotos tinham desligado por erro o piloto automático enquanto tratavam de resolver um problema no painel de navegação.

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EFE   
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