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Ásia

Analistas: mau tempo não explica queda de avião da AirAsia

Destroços da aeronave que caiu no domingo e mais de 40 corpos foram encontrados nesta terça-feira no Mar de Java

30 dez 2014 - 16h17
(atualizado às 18h35)
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<p>Autoridade aponta para a área das operações de busca pelo avião da Air Asia que operava o voo QZ 8501, no Aeroporto Internacional Juanda, em Surabaya, na Indonésia</p>
Autoridade aponta para a área das operações de busca pelo avião da Air Asia que operava o voo QZ 8501, no Aeroporto Internacional Juanda, em Surabaya, na Indonésia
Foto: M Risyal Hidayat / Reuters

Embora existam indícios de que o voo QZ 8501 da AirAsia tenha se envolvido em uma tempestade, somente relatórios produzidos a partir de informações da caixa-preta poderão explicar o que causou a queda do avião com 162 pessoas a bordo.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Terra, um acidente aéreo nunca é causado por um fator isolado, mas sempre por um conjunto de falhas, erros e condições adversas. “O fator meteorologia contribuiu, está claro que prejudicou o voo, mas uma tempestade sozinha não derruba um avião”, disse Gustavo Cunha Mello, especialista em gerenciamento de risco.

Destroços da aeronave e mais de 40 corpos foram encontrados nesta terça-feira no Mar de Java, próximo à ilha de Bornéu, na Indonésia. O Airbus decolou de Surabaia, na Indonésia, na manhã de domingo, e deveria pousar em Cingapura cerca de três horas depois, mas sumiu dos radares 40 minutos após a decolagem. Três minutos antes de perder contato, o piloto pediu autorização para subir de 32 mil pés para 38 mil pés, provavelmente para evitar um temporal.

“O usual é desviar de nuvens pela lateral, e não na vertical. Agora, por que ele tentou fazer o desvio na vertical? Não temos como saber por enquanto”, disse o comandante Adriano Castanho, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Uma das hipóteses é que o avião tenha entrado nas nuvens chamadas cumulus nimbus, muito carregadas e concentradas. Nessas condições, a aeronave por ter enfrentado ventos de até 300 km/hora e cristais de gelo, que podem ter danificado a turbina.

“Na base de uma nuvem dessas há muito gelo, que pode prejudicar a potência da turbina. O problema é que, quando você voa durante muito tempo em uma nuvem extremamente pesada, essas pedras de gelo vão danificando as paletas da turbina e fazendo com a turbina vá se deteriorando e perdendo potência. Com isso, há perda de velocidade e consequente perda de sustentação”, disse Mello.

Outra possibilidade, de acordo com o comandante Castanho, é que o radar meteorológico – equipamento que fornece informações sobre a posição da nuvem e a sua intensidade – não estivesse funcionando.  “Isso não acontece com frequência, mas é uma possibilidade que deverá ser investigada”, afirmou.

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Fonte: Terra
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