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Ásia

Após 3 meses, Afeganistão anuncia nome de presidente eleito

O candidato derrotado havia se negado a aceitar os resultados preliminares e ameaçado se retirar após denunciar uma suposta fraude

21 set 2014 - 12h41
(atualizado às 12h42)
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Candidatos presidenciais rivais Abdullah Abdullah (à esquerda) e Ashraf Ghani trocam acordos assinados para o governo de unidade afegão, em Cabul, em 21 de setembro 
Foto: Omar Sobhani / Reuters

A Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC) anunciou neste domingo que Ashraf Gani é o vencedor das eleições e será o novo presidente do país, enquanto seu oponente, Abdullah Abdullah, será o chefe do governo de unidade.

O diretor da IEC, Ahmad Yousef Nuristani, anunciou em Cabul os resultados em uma sessão transmitida ao vivo pela televisão, mas não divulgou a porcentagem de votos de cada candidato, como havia sido solicitado por Abdullah.

"Parabenizo Gani como presidente e Abdullah como chefe do Executivo", afirmou Nuristani. Horas antes, os dois candidatos tinham assinado no palácio presidencial o acordo que garantiria a formação de um governo de união nacional, por meio do qual se criou a figura do chefe do Executivo para o derrotado nas urnas.

O anúncio põe fim a uma crise eleitoral que começou há três meses, quando Abdullah se negou a aceitar os resultados preliminares que davam a vitória a Gani e ameaçou se retirar após afirmar que tinha ocorrido "uma fraude em escala industrial".

O problema foi resolvido quando se aprovou a recontagem de 100% dos 8,1 milhões de votos do segundo turno, realizado em 14 de junho.

Abdullah solicitou - segundo diversas fontes dentro de sua equipe - que a IEC não anunciasse os resultados com números, para evitar que houvesse "um vencedor e um derrotado" em eleições marcadas pelas denúncias.

Segundo o acordo assinado, ao qual a Agência Efe teve acesso, o sistema eleitoral afegão será modificado para evitar uma crise institucional como a que ocorreu nestas eleições.

Além disso, o acordo prevê que dentro de dois anos se convoque a Loya Jirga (assembleia tradicional afegã) para modificar a Constituição e incluir no sistema governamental a figura do primeiro-ministro, que substituiria o chefe do Executivo.

Os porta-vozes de Abdullah e Gani revelaram hoje que a posse do novo governo vai acontecer em 29 de setembro.

O Afeganistão atravessa um de seus períodos mais sangrentos depois que, em 2013, as forças de segurança afegãs assumiram a responsabilidade pela segurança no país após a retirada gradual da missão da Otan (Isaf), que terminará definitivamente no final de 2014.

Apesar da retirada da Otan, Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9.800 soldados em território afegão até o final de 2016.

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EFE   
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