Avanço do EI na Síria leva à fuga de 130 mil curdos
O governo turco diz que o fluxo foi registrado em apenas quatro dias e afirma estar preparado para lidar com a situação
O avanço dos combatentes da organização extremista "Estado Islâmico" já levou cerca de 130 mil moradores do norte da Síria, em sua grande maioria curdos, a deixarem seu país e entrarem em território turco, anunciou nesta segunda-feira o governo em Ancara.
O primeiro-ministro Numan Kurtulmus disse que a Turquia está se preparando para "o pior cenário". Os refugiados, segundo ele, começaram a chegar na última quinta-feira. O motivo da fuga em massa foram os recentes combates na cidade curda de Kobani, no norte da Síria.
A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos estima que o número de refugiados já chegue a 150 mil. Ela diz que há 800 curdos desaparecidos e não descarta que eles tenham sido assassinados pelos extremistas, já no controle de 60 localidades no norte do país.
Nesta segunda-feira, o Estado Islâmico pediu a seus apoiadores que matem cidadãos da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos e continuem com as decapitações.
"Se você pode matar um descrente americano, europeu – especialmente os franceses imundos –, um australiano ou um canadense, ou qualquer cidadão de países que entraram na coalizão contra o 'Estado Islâmico', então confie em Alá e o mate", diz o comunicado postado na internet.
EUA e França estão realizando bombardeios aéreos contra alvos extremistas no Iraque e tentam buscar mais apoio à coalizão internacional. Os jihadistas do EI, que declararam um califado no Iraque e na Síria, estão no controle de partes dos dois países.
O texto divulgado nesta segunda é assinado por Abu Mohammed al-Adnani, porta-voz da organização, e foi divulgado em várias línguas. Ele pede ainda que seus membros aumentem os ataques contra as forças de segurança egípcias. O Egito diz que não há combatentes do EI em seu território, mas luta há meses contra extremistas islâmicos.
"Encham as estradas de explosivos. Ataquem suas bases. Invadam suas casas. Cortem suas cabeças. Não deixem que se sintam seguros", afirma o comunicado.