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Ásia

Capitão reconhece demora na evacuação de navio naufragado

"Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de ser evacuados precipitadamente", declarou Lee Joon-seok

19 abr 2014 - 02h47
(atualizado às 02h48)
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<p>"Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de ser evacuados precipitadamente", declarou Lee Joon-seok, de 69 anos, para as televisões sul-coreanas após sua detenção</p>
"Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de ser evacuados precipitadamente", declarou Lee Joon-seok, de 69 anos, para as televisões sul-coreanas após sua detenção
Foto: Reuters

O capitão do navio sul-coreano naufragado com 273 desaparecidos reconheceu neste sábado após ser detido pela polícia que demorou a evacuação devido às condições adversas do mar e a ausência de embarcações de resgate. "Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de ser evacuados precipitadamente", declarou Lee Joon-seok, de 69 anos, para as televisões sul-coreanas após sua detenção.

A máxima autoridade do navio argumentou que na região onde na quarta-feira ocorreu o acidente, no sudoeste da Coreia do Sul, as águas são frias e apresentam ondas e fortes correntes, por isso que achou que os passageiros passariam "graves apuros" em caso de cair ao mar "inclusive com os coletes salva-vidas".

Tanto sobreviventes como familiares das vítimas criticaram a decisão do capitão de demorar meia hora para dar a ordem de evacuação após a embarcação começar a virar, ao considerar que esta decisão provocou que muitos dos passageiros ficassem presos e portanto impediu salvar mais vidas.

O capitão do "Sewol" foi detido esta madrugada junto a outros dois membros da tripulação por abandonar supostamente o navio sem se assegurar que os passageiros ficassem a salvo. Os outros dois detidos são a terceira oficial, de 26 anos de sobrenome Park, que supostamente pilotava o navio quando ocorreu o acidente, e um timoneiro de 55 anos.

Lee, cujas imagens sendo evacuado do navio pelos serviços de resgate deram a volta ao mundo, enfrenta cinco acusações, incluindo negligência e violação das leis marítimas, e foi detido para evitar que possa fugir ou destruir provas. Quanto às acusações de estar ausente da cabina após ter cedido o comando a uma terceira oficial quando a embarcação começou a afundar, Lee também deu explicações.

"O fato ocorreu quando voltava após uma visita rápida ao quarto por razões pessoais", assegurou, após deixar claro que não tinha bebido álcool. O capitão não esclareceu, no entanto, a causa do afundamento do navio, que continua sendo uma incógnita, embora duas hipóteses principais sejam cogitadas.

Alguns especialistas acreditam que ele fez um giro brusco em vez de mudar de direção de forma gradual, o que conseguiu deslocar os 180 veículos e 1.157 toneladas de carga para um lado e finalmente fazer com que tombasse, embora também se trabalhe com a teoria de que foi a colisão com uma rocha que provocou o afundamento.

Enquanto isso, os trabalhos de resgate continuam com poucos avanços e a embarcação tombada afundou totalmente. Segundo os últimos números oficiais, há 273 desaparecidos, que se presume estejam presos dentro do navio com poucas probabilidades de continuar com vida, e 29 mortos confirmados, enquanto 174 pessoas foram resgatadas.

mapa do naufrágio - Coreia do Sul

EFE   
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