Três pessoas foram condenadas à morte na China, acusadas de terem planejado um ataque na Praça Celestial em Pequim outubro do ano passado, quando um carro avançou contra um grupo de turistas e pegou fogo, matando cinco pessoas.
Segundo a mídia estatal local, os homens foram condenados no tribunal da província de Xinjiang por "ataque terrorista violento".
Três pessoas que estavam dentro do carro e dois turistas na praça, um chinês e um filipino, foram mortos no ataque, que ainda deixou 38 pessoas feridas.
06 de junho - Civis em bicicletas e soldados em tanques de guerra montam o cenário pós-protestos em Pequim. Um quarto de século depois do massacre, o governo proibe a discussão pública sobre o assunto e livros e sites são censurados.
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05 de junho - Tropas e tanques chineses se reúnem na praça, um dia após a repressão militar que terminou com sete semanas de protestos.
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05 de junho - Um chinês tentou bloquear, sozinho, uma linha de tanques de guerra que seguiam em direção à Praça Tiananmen, em Pequim. O homem, que não foi identificado até hoje, é considerado o "rebelde desconhecido" pela sua atitude frente aos militares.
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05 de junho - Civis mostram fotos de pessoas mortas devido à ação militar do governo chinês. A imprensa internacional foi proibida de cobrir os protestos
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04 de junho - Corpos de civis mortos se encontram entre bicicletas, próximo à Praça da Paz Celestial, em Pequim. Durante a madrugada, centenas de pessoas morreram. Órgãos de direitos humanos afirmam que foram milhares de mortos.
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04 de junho - Feridos são levados para um hospital por manifestantes. Na madrugada do dia 4 de junho, o exército chinês abriu fogo e deixou vários mortos e feridos
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03 de junho - Homem tenta puxar um soldado chinês para longe de seus companheiros em uma ação militar no local dos protestos
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01 de junho - Fotógrafos amadores tiram fotos de uma estátua erguida na praça Tiananmen
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01 de junho - Versão chinesa da "Estátua da Liberdade" é erguida pelos estudantes, durante o protesto
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28 de maio - Estudantes se protegem do sol embaixo de um guarda-chuva. Eles já estavam há mais um mês na praça
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19 de maio - Secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Zhao Ziyang, foi pessoalmente à praça para tentar convencer os manifestantes a encerrarem os protestos e a greve de fome. Seu pedido não foi atendido.
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16 de maio - Médicos atendem vítimas da greve de fome, em um hospital de campo, montado para atender os estudantes que permaneceram sem comer na praça Tiananmen
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13 de maio - Estudantes sentam na Praça da Paz Celestial, durante greve de fome, em protesto pró-reforma
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04 de maio - Polícia chinesa tenta, em vão, conter uma enorme multidão de manifestantes em um movimento pró-reforma no dia 4 de maio
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01 de maio - Manifestante chinês Wang Dan aborda colegas durante uma manifestação na Praça da Paz Celestial de Pequim. Em sua cabeça, uma faixa diz 'greve de fome'
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27 de abril - Manifestantes chineses cercam um caminhão do exército, na Praça de Tiananmen. Alunos foram apoiados por trabalhadores e massa de manifestantes aumentou
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22 de abril - Estudantes fazem uma corrente humana na madrugada, na praça Tiananmen, em um protesto por mais liberdade na China
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20 de abril - Dezenas de milhares de estudantes e cidadãos se concentram em frente ao monumento dos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial, em Pequim.
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19 de abril - Estudantes erguem uma faixa pedindo "Liberdade, Democracia e Iluminismo" em frente ao monumento dos Heróis do Povo, enfeitado por um retrato do líder Hu Yaobang, cuja morte desencadeou os protestos.
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18 de abril - Um líder estudantil leu para o grupo de manifestantes uma série de exigências que o grupo defenderia nos protestos seguintes.
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Pelo menos dois dos acusados eram membros da etnia muçulmana uigur, que Pequim acusa de estar promovendo uma campanha separatista violenta.
A agência de notícias oficial Xinhua disse que os três homens, Husanjan Wuxus, Yusup Umarniyaz e Yusup Ahmat, foram considerados culpados por "organizar e liderar um grupo terrorista e colocar em perigo a segurança pública com métodos perigosos."
Outros cinco receberam sentenças de prisão por "fazer parte de um grupo terrorista" e ameaçar a segurança.
Separatismo
Na época do incidente, representantes do governo disseram que se tratou de um ataque suicida deliberado. Havia informações também de que a polícia estava perseguindo o carro antes da batida.
Autoridades responsabilizaram uigures por vários ataques em toda a China neste ano. Líderes uigures se dizem vítimas de repressão sistemática pelo governo, mas negam estar coordenando uma campanha terrorista.
Na tarde de domingo, três homens segurando facas entraram em um salão de jogos em Hotan, na província de Xinjiang, e atacaram um grupo de pessoas jogando xadrez no domingo à tarde. Quatro pessoas ficaram feridas.
Dois dos agressores morreram quando confrontados por policiais armados, e o terceiro foi preso.
Além deste ataque, Pequim também culpou separatistas uigures por atentados nas estações de trem em Urumqi e Kunming.
Campanha antiterrorista
Em maio, ao menos 31 pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas quando dois carros se chocaram em um mercado em Urumqi, lançando explosivos sobre a multidão.
Desde então, as autoridades aumentaram a segurança em Xinjiang and lançaram o que chamam de uma "campanha antiterrorista". A agência Xinhua disse que a polícia em Xinjiang está oferecendo recompensa de até 30 mil yuan (cerca de R$ 10,500) aos cidadãos que "entregaram armas, explosivos ou fornecer informações".
Agências de notícias informaram que oficiais receberam, até o momento, mais de 300 informações do público e detiveram 60 pessoas.
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