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Ásia

China interfere no Google antes de aniversário de protestos

Chineses se manifestaram contra a repressão em 1989 na Praça Celestial, em Pequim; o governo chinês já bloqueia o Facebook, o Twitter e o YouTube, entre outros sites populares

2 jun 2014 - 11h24
(atualizado às 12h36)
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<p>Alguns serviços do Google estão sendo interrompidos na China às vésperas do 25 º aniversário da repressão contra manifestantes pró-democracia ao redor Praça da Paz Celestial, em Pequim. Na foto, um logotipo do Google é visto na entrada de um dos escritórios da empresa</p>
Alguns serviços do Google estão sendo interrompidos na China às vésperas do 25 º aniversário da repressão contra manifestantes pró-democracia ao redor Praça da Paz Celestial, em Pequim. Na foto, um logotipo do Google é visto na entrada de um dos escritórios da empresa
Foto: Reuters

Os serviços do Google estão sendo interrompidos na China antes do 25º aniversário, nesta semana, da repressão a manifestantes pró-democracia em 1989 na Praça Tiananmen, em Pequim, disse nesta segunda-feira uma entidade que fiscaliza atos de censura.

A GreatFire.org disse em publicação em um blog que o governo parece ter começado a censurar o principal mecanismo de busca do Google e também o Gmail, entre vários outros serviços, pelo menos desde a semana passada, tornando-os inacessíveis para muitos usuários na China.

A entidade acrescentou que a última vez que havia constatado tal bloqueio fora em 2012, quando durou apenas 12 horas.

“Não está claro se o bloqueio é uma medida temporária pela proximidade do aniversário (da manifestação) ou se é permanente. Mas, considerando que já dura quatro dias, é mais provável que o Google seja severamente interrompido e pouco usado de agora em diante”, disse o grupo.

Questionado sobre a interrupção, um porta-voz do Google disse: “Checamos isso extensivamente e não há nada errado do nosso lado”.

O relatório de transparência do próprio Google, que mostra detalhes sobre seu tráfego global, mostrou níveis mais baixos de atividade na China a partir da sexta-feira, o que poderia indicar uma significativa interrupção.

A Reuters não conseguiu encontrar representantes do governo para comentar nesta segunda-feira, que é feriado nacional na China. O governo chinês costuma responder a tais relatos afirmando que as empresas de Internet que operam no país têm que obedecer a lei.

Em 2010, o Google levou seu sistema de busca chinês para fora do país, a segunda maior economia do mundo, citando uma forte censura, e agora opera esse serviço a partir de Hong Kong.

O governo chinês já bloqueia sites populares como Facebook FB.O, Twitter TWTR.N e YouTube, este último também do Google.

Para o Partido Comunista, as manifestações de 1989 na Praça Tiananmen e em outras cidades permanecem um tabu, particularmente no 25º aniversário.

O governo deteve vários ativistas em maio, após terem ido a um encontro sobre os protestos, incluindo o proeminente advogado Pu Zhiqiang.

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