China liberta último "revolucionário" de massacre da Praça da Paz
Yaqun Jiang, 73 anos, tem doença de Alzheimer e foi libertado de uma prisão de Pequim
A China libertou o último prisioneiro acusado de ações "contra-revolucionárias" no episódio que ficou conhecido como o Massacre da Praça da Paz Celestial, que completa 24 anos no dia 4 de julho. De acordo com informações do jornal The Guardian publicadas nesta sexta-feira, Yaqun Jiang, 73 anos, foi libertado há cerca de seis meses.
O ex-prisioneiro luta contra a doença de Alzheimer e foi libertado de uma prisão de Pequim sem ter casa, família ou qualquer fonte de renda, segundo relatos de uma fundação chinesa. O massacre promovido pelo Partido Comunista da China foi contra o movimento pró-democracia liderado por estudantes e acabou deixando centenas de mortos. Desde a data, é proibida a discussão sobre o evento nas salas de aula e nos meios de comunicação chineses, diz o jornal.
Segundo Joshua Rosenzweig, acusações contra revolucionários que participaram do movimento foram retiradas em 1997, mas um "algumas" pessoas continuam presas por crimes relacionados ao massacre como incêndio e agressão. A maioria desses crimes são relacionados a "tentativas de impedir os militares de entrarem em Pequim", disse Rosenzweig.
Em julho de 1990, o tribunal de Pequim havia condenado Jiang à morte após um período de dois anos em prisão, mas sua pena foi reduzida cinco vezes. Ele foi diagnosticado com "retardo mental leve" e transferido para uma prisão em Pequim, que tem uma ala enfermos, em 1993.