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Ásia

Míssil norte-coreano pode atingir maior parte dos EUA

31 jul 2017 - 20h12
(atualizado às 20h18)
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Míssil balístico intercontinental Hwasong-14 durante segundo teste em imagem divulgada pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA
28/07/2017 KCNA via Reuters
Míssil balístico intercontinental Hwasong-14 durante segundo teste em imagem divulgada pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA 28/07/2017 KCNA via Reuters
Foto: Reuters

O teste mais recente da Coreia do Norte de um míssil balístico intercontinental (ICBM) mostrou que Pyongyang agora pode ser capaz de alcançar a maior parte continental dos Estados Unidos, disseram duas autoridades norte-americanas à Reuters nesta segunda-feira.

A avaliação, que as autoridades discutiram em condição de anonimato, destacou a crescente ameaça emitida pelos programas de mísseis e nuclear de Pyongyang, e pode acrescentar pressão ao governo do presidente Donald Trump por uma resposta.

A Coreia do Norte informou no sábado que realizou outro teste bem sucedido de um ICBM que provou sua capacidade de atingir solo norte-americano.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou o lançamento do míssil na noite de sexta-feira e chamou o ato de um "duro alerta" aos Estados Unidos de que não estarão seguros de destruição caso tentem atacar, relatou a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA.

No entanto, duas autoridades da inteligência dos EUA, falando em condição de anonimato, disseram nesta segunda-feira que Kim quer desenvolver um ICBM de capacidade nuclear para desencorajar qualquer ataque contra seu país e ganhar legitimidade internacional, não para realizar um ataque contra os Estados Unidos ou aliados que sabe que seria suicídio.

O Pentágono se negou a comentar sobre a avaliação norte-americana do lançamento de míssil, mesmo que tenha reconhecido que o teste mais recente representa o teste de voo mais longo de qualquer míssil norte-coreano.

"Os detalhes de nossa avaliação são confidenciais por razões que espero que vocês entendam", disse o porta-voz do Pentágono, o capitão dos Fuzileiros Navais Jeff Davis, durante entrevista coletiva, reconhecendo somente que o míssil pode voar ao menos 5.500 quilômetros, distância mínima para o que o Pentágono classifica como um ICBM.

Duas outras autoridades dos EUA que discutiram o teste mais recente, que durou cerca de 45 minutos, disseram que o teste mostrou maior alcance do que o lançamento de um ICBM em 4 de julho, que a Coreia do Norte diz ter durado 39 minutos.

Uma das autoridades disse que o lançamento teve maior altura, alcance e poder do que o teste anterior porque usou motores estabilizadores de força, que contrariam os efeitos dos ventos e outras forças que podem alterar o curso de um foguete ascendente.

TRAJETÓRIA DIFERENTE   

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, conversou com Trump nesta segunda-feira e concordou sobre a necessidade de mais ação sobre a Coreia do Norte, horas após a embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas dizer que Washington está "farto de falar sobre a Coreia do Norte".

O Pentágono reconheceu conversas entre exércitos com o Japão e Coreia do Sul, aliados dos EUA, após o teste.

Davis acrescentou que embora o teste de míssil tenha tido uma trajetória inclinada, em vez da mais direta necessária para alcançar os Estados Unidos, as forças militares levam a ameaça a sério.

"Você pode ter o debate para frente e para trás sobre se a capacidade é provada ou não, o fato da questão é que levamos a sério e estamos preparados para defender contra."

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