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Ásia

Coreia do Sul: passageiros tiveram que ficar em cabines

Número total de mortos e causas do acidente ainda são uma incógnita; testemunhas afirmam que barco virou de forma brusca

21 abr 2014 - 13h07
(atualizado às 13h27)
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<p>Controladores disseram ao capitão Lee Joon-seok, de 69 anos, para "resolver qual seria a melhor forma de retirar os passageiros" </p>
Controladores disseram ao capitão Lee Joon-seok, de 69 anos, para "resolver qual seria a melhor forma de retirar os passageiros"
Foto: AP

Uma ideia mais clara sobre a hora do naufrágio começou a surgir depois que a guarda costeira divulgou uma gravação entre os controladores do tráfego marítimo e o navio neste domingo.

Testemunhas disseram que o Sewol virou bruscamente antes de começar a naufragar. Ainda não ficou claro por que o navio virou. Mais de duas horas se passaram até ele afundar completamente, mas os passageiros receberam ordens para que ficassem em suas cabines.

De acordo com a transcrição, às 9h25 locais os controladores disseram ao capitão Lee Joon-seok, de 69 anos, para "resolver qual seria a melhor forma de retirar os passageiros" e que ele deveria "tomar a decisão final sobre se devia ou não deixar a embarcação".

Lee não estava à frente da balsa quando ela virou. A navegação estava nas mãos de um terceiro oficial de 26 anos, que estava no comando pela primeira vez naquele trecho, de acordo com membros da tripulação.

A transcrição mostra a tripulação do navio preocupada por não haver botes de salvamento suficientes para acomodar todos os passageiros. Testemunhas disseram que o capitão e alguns tripulantes entraram nos botes salva-vidas antes dos passageiros.

Mais cedo, Lee disse que temia que os passageiros fossem arrastados pelas fortes correntezas se saltassem para o mar, porém não explicou por que ele abandonou o navio.

O promotor Yang Joong-jin disse em entrevista coletiva em Mokpo, um dos centros da investigação, que alguns membros da tripulação disseram não ter recebido qualquer treinamento de segurança.

"Estamos tentando descobrir se houve negligência adicional", disse o promotor Yang Joong-jin, disse em entrevista coletiva, falando sobre o capitão e a tripulação.

Nesta segunda-feira a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, criticou a decisão do capitão do naufragado navio Sewol de abandonar a embarcação deixando para trás os passageiros, e qualificou como um "ato de assassinato" sua atuação nos momentos-chave.

Número de mortos ainda é confuso

Mergulhadores conseguiram chegar ao casco da balsa naufragada Sewol pela primeira vez durante a madrugada deste domingo e o número de mortes confirmadas ainda é confusa, mas pode ter aumentado.

Alguns veículos divulgam que o número teria subido de 64 (último número divulgado) para 87 (segundo a CNN), além de 86 (de acordo com a AP). O número de desaparecidos é de, pelo menos, 200 pessoas. 

Promotores sul-coreanos disseram nesta segunda-feira que querem prolongar a detenção do capitão e de dois outros tripulantes da embarcação, enquanto tentam determinar a causa do acidente da semana passada que provavelmente vai ter causado a perda de vida de mais de 300 pessoas.

Quando o capitão e dois tripulantes foram presos no sábado, eles foram detidos pela polícia por dez dias e os promotores conseguiram aumentar o período por mais dez dias. Se o novo pedido de prorrogação for concedido, eles poderão ficar presos por 30 dias.

A balsa Sewol fazia uma viagem de rotina de 400 quilômetros de Incheon até a ilha de Jeju, em uma quarta-feira de clima tranquilo, transportando 476 passageiros e tripulantes, entre os quais 339 crianças e professores de um colégio que participavam de uma excursão.

Com informações da Reuters, CNN e AP. 

Fonte: Terra
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