Coreias terminam sem acordo primeira reunião de alto nível em 7 anos
As Coreias do Sul e do Norte concluíram sem acordos nesta quinta-feira sua primeira reunião de alto nível em sete anos, mas se comprometeram a continuar debatendo assuntos como a próxima reunião das famílias separadas e os exercícios militares de Seul e Washington.
Na longa reunião na aldeia fronteiriça de Panmunjom, que começou na quarta-feira e se prolongou até a madrugada de hoje, as duas Coreias se apresentaram com diferentes prioridades e isso impediu uma aproximação das posições dos dois países, disse à Agência Efe uma representante do Ministério da Unificação de Seul.
A delegação do Sul chegou à reunião com a intenção de garantir a realização do encontro das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), o primeiro em três anos, programado para entre 20 e 25 de fevereiro.
A Coreia do Norte, por outro lado, exigiu que Seul adiasse os exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos, Key Resolve e Foal Eagle, planejados para o dia 24, para que não coincidam com as reuniões das famílias.
Os representantes do Sul rejeitaram o pedido alegando que "já deixamos claro que este evento humanitário (o reencontro familiar) não deve ser vinculado à conjuntura política e militar" na península coreana, segundo a porta-voz de Seul.
O regime de Kim Jong-un também solicitou a Seul que impeça que os meios de comunicação sul-coreanos difamem os líderes do Norte, pedido que também foi rejeitado com a alegação de que existe liberdade de imprensa no país.
Em todo caso, a porta-voz de Seul garantiu que ambas as partes concordaram em continuar fazendo reuniões para tentar buscar pontos em comum e reduzir as grandes diferenças que separam os dois países, no entanto não detalharam a data, nem o lugar e a natureza dos próximos encontros bilaterais.
Com isso, o reencontro das famílias separadas programados para o final deste mês ainda corre riscos, no entanto, os preparativos - que já estão em curso há alguns dias - não foram interrompidos na sede da reunião, o complexo turístico do monte norte-coreano de Kumgang.
Caso ocorra, o reencontro familiar será o 19º desde 1985 e o primeiro em mais de três anos, desde outubro de 2010, reunindo 200 famílias no total.
Dezenas de milhares de coreanos, hoje quase todos idosos, perderam há mais de seis décadas o contato com seus parentes do outro lado da fronteira no primeiro conflito armado em grande escala da Guerra Fria, que confirmou a divisão da península entre o Sul capitalista e o Norte comunista.