Doadores prometem US$ 3 bilhões para reconstruir o Nepal
Governo calcula que o país precisa de US$ 6,7 bilhões para reconstituir as zonas atingidas pelo terremoto de abril de 2014
Os doadores internacionais, com a Índia e a China liderando a lista, prometeram nesta quinta-feira (25) repassar US$ 3 bilhões para a reconstrução do Nepal após o devastador terremoto de abril passado.
O governo, que declarou tolerância zero em relação à corrupção, calcula que o país precisa de US$ 6,7 bilhões para reconstruir as zonas atingidas pelo terremoto e tremores secundários que mataram mais de 8.000 pessoas.
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O terremoto de 25 de abril e o forte tremor secundário de 12 de maio destruíram 500.000 moradias e deixaram nas ruas milhares de pessoas sem água ou alimentos.
O chanceler da Índia, Sushma Swaraj, prometeu um bilhão de dólares para a reconstrução, sendo 250 milhões em ajuda direta.
O vizinho e adversário China prometeu uma ajuda de 483 milhões de dólares. As duas potências asiáticas travam historicamente uma batalha para ter mais influência sobre o Nepal e se envolveram intensamente na ajuda às vítimas do terremoto.
O Banco Mundial já havia prometido 500 milhões de dólares, o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), 600 milhões, o Japão, 260 milhões, os Estados Unidos, 130 e a União Europeia, 100 milhões.
No total, Nepal receberá 3 bilhões de dólares em ajudas.
O governo quer centralizar todas as ajudas em um novo organismo público para coordenar os esforços de reconstrução, mas especialistas assinalam a ausência de um projeto detalhado de reconstrução.
O primeiro-ministro Sushil Koirala pediu aos doadores reunidos na capital nepalesa, em particular os ministros de Relações Exteriores da China e da Índia, o Banco Mundial, a União Europeia e ONU, "a trabalhar com o governo do Nepal" e prometeu "tolerância zero contra a corrupção".
"Asseguro a vocês que faremos tudo o que for necessário para que a ajuda chegue aos beneficiados", disse Koirala no discurso de abertura da conferência.
Nepal, um dos países mais pobres do mundo, precisa de ajuda urgente para a reconstrução de casas, escolas e hospitais.
Uma pessoa em cada 10 está vivendo nas ruas depois do terremoto. A catástrofe afetou duramente a economia, que crescerá apenas 3%, a média mais baixa dos últimos oito anos.
Especialistas, no entanto, denunciam a falta de um projeto detalhado para concentrar esforços no objetivo de reconstrução.
"Não podemos repetir o que aconteceu no Haiti e, no Nepal, acho que será o caso", afirmou Jamie McGoldrick, coordenador da ajuda humanitária da ONU no Nepal.
Depois do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro de 2010, a comunidade internacional prometeu milhares de milhões de dólares que, no final das contas, não foram repassados devido ao temor de corrupção e instabilidade política dos doadores.