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Ásia

Em desespero, sem comida e água, filipinos veem ajuda chegar devagar

12 nov 2013 - 11h13
(atualizado às 11h16)
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A cidade, como muitas outras, sofre com a falta de comida e água potável, além de estar repleta de corpos pelas ruas
A cidade, como muitas outras, sofre com a falta de comida e água potável, além de estar repleta de corpos pelas ruas
Foto: EFE

Mães com bebês nos braços e crianças abatidas fazem parte dos milhares de afetados pelo tufão Haiyan que nesta terça-feira procuram por alimentos e água nas zonas devastadas na região central das Filipinas.

Embora a União Europeia e vários outros países tenham enviado ajuda e equipamentos médicos à ilha de Leyte e outras zonas afetadas, a assistência está chegando de forma paulatina e insuficiente, dada a magnitude da catástrofe provocada pelo tufão na sexta-feira passada.

Quando dois aviões das Forças Armadas das Filipinas chegaram nesta madrugada ao aeroporto da devastada cidade de Tacloban, a mais afetada em Leyte, os soldados e policiais trabalharam para evitar uma "avalanche" de desabrigados que pediam para subir nos aviões.

As mães levantavam seus bebês no meio da chuva para conseguir entrar primeiro, embora poucos puderam embarcar nos aviões C-130s.

"Pedi aos soldados. Fiquei de joelhos e insisti porque tenho diabetes", disse Helen Cordial, uma das sobreviventes do tufão, ao canal local de televisão GMA.

"Querem que eu morra neste aeroporto? Vocês têm corações de pedra", lamentou a filipina.

Tacloban, onde só restou 30% dos edifícios, é um lugar desolador no qual, de acordo com fotografias aéreas, só restqa os destroços das casas e a vegetação arrasada.

A maioria dos moradores tem que dormir na chuva e fazer longas filas entre as inundações para conseguir o arroz distribuído pelos soldados, enquanto isso os saques são constantes devido ao desespero da população e a falta de alimentos.

O primeiro-ministro, Benigno Aquino, declarou ontem à noite que o país está em estado de calamidade e enviou soldados para garantir a segurança, embora as prioridades sejam levar comida e remédios às vítimas.

Crianças estão entre os que mais sofrem na tragédia que segue a passagem do tufão
Crianças estão entre os que mais sofrem na tragédia que segue a passagem do tufão
Foto: Reuters

Os órgãos oficiais falam em mais de 1.700 mortos e quase 10 milhões de desabrigados, enquanto os números extraoficiais e das Nações Unidas estimam que os falecidos ultrapassam as 10 mil pessoas.

"É arrasador. Precisamos de mais remédios. As vacinas contra tétano acabaram", disse à imprensa local Antonio Tamayo, capitão das Forças Aéreas filipinas.

Cortes, contusões, gripe, cólera e traumas psicológicos são alguns dos desafios enfrentados pelos serviços de emergência, que começam a receber a ajuda da ONU e agências internacionais de cooperação.

A comunidade internacional doou até o momento US$ 54 milhões em ajuda.

Vários navios militares dos Estados Unidos e do Reino Unido devem chegar hoje à costa filipina com mantimentos.

Filipinas  
Capital Manila
População 100 milhões
Área 300 mil km² (7 mil ilhas)
Média de idade 23 anos
Religião 80% católicos
 

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) indicou ontem que, apesar das dramáticas imagens das zonas afetadas, o pior pode estar por vir, já que há centenas de pessoas isoladas na ilha de Leyte.

"Atualmente estamos trabalhando em um vácuo de informação. O pouco que vemos já nos indica que a situação é terrível, mas o que não vemos é o mais preocupante", indicou em comunicado a doutora Natasha Reyes, coordenadora do MSF nas Filipinas.

"A informação que recebemos de Tacloban é que a cidade inteira, de 400 mil habitantes, foi devastada. Além disso, há centenas de pessoas espalhadas ao longo de milhares de quilômetros onde o tufão passou e a comunicação foi interrompida", acrescentou Reyes.

"Honestamente, ninguém sabe qual é a situação nestas zonas mais remotas e rurais, e passará um tempo até que tenhamos uma visão geral. Este tipo de desastre não tem precedentes nas Filipinas. As consequências são parecidas com um grande terremoto seguido de enormes inundações", manifestou a coordenadora do MSF.

EFE   
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