Fukushima reativa sistema de reciclagem de água radioativa
A acidentada usina nuclear de Fukushima reativou neste domingo seu sistema de reciclagem de água radioativa da usina que permanecia suspenso há um mês por problemas técnicos, informou a operadora da central, a Tokyo Electric Power (Tepco).
Os técnicos conseguiram iniciar parte do sistema, que se encontra em fase de testes e foi desligado em várias ocasiões devido a problemas como a corrosão causada pela radiação nas conduções, segundo disse um porta-voz da Tepco à agência Kyodo.
A Tepco desativou no dia 20 de maio o único dos três circuitos do chamado ALPS (Sistema Avançado de Processamento de Líquidos) que ainda operava, o C, enquanto os outros dois circuitos de tratamento permanecem suspensos desde março e meados de junho.
A operadora da usina desconhece por enquanto quando poderá utilizar o sistema a pleno rendimento. O Sistema Avançado de Processamento de Líquidos retira da água usada para esfriar os maltratados reatores de Fukushima 62 tipos de materiais radioativos a exceção do trítio.
Através do ALPS, a Tepco pretende ter limpado até março de 2015 toda esta água que se armazena em mais de 1.000 contêineres divididos pelas instalações de Fukushima.
Com vistas a acelerar este processo, a operadora planeja construir duas novas instalações similares de tratamento de água, uma delas com maior capacidade que o atual ALPS.
Em Fukushima Daiichi estão armazenadas cerca de 360 mil toneladas de água altamente radioativa esperando para ser processadas. Uma vez que o ALPS estiver plenamente operacional, será capaz de depurar cerca de 750 toneladas de água por dia, segundo dados da operadora.
A acumulação de água radioativa na unidade é um dos principais desafios para poder desmantelar os reatores que foram danificados pelo terremoto do dia 11 de março de 2011 e o tsunami posterior, uma operação que se acredita durará três ou quatro décadas.
O terremoto e tsunami de 2011 provocaram na central de Fukushima o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986 e ainda hoje cerca de 50 mil pessoas que viviam em torno da planta continuam sem poder retornar a suas casas devido à radiação, que afetou, além disso, a agricultura, a pecuária e a pesca local.