Greenpeace teme fechamento de sede na Índia se governo não desbloquear contas
O Greenpeace só tem recursos para funcionar até o final de junho na Índia e teme um fechamento iminente se um tribunal não autorizar o desbloqueio de seus fundos ordenado pelo Ministério do Interior indiano, informou nesta quinta-feira à Agência Efe uma fonte desta organização ambientalista.
"Nossas contas bancárias nacionais e internacionais foram congeladas e não podemos ter acesso a nenhum de nossos fundos. Nesta situação, o fechamento parece iminente", disse o diretor-executivo da entidade no país asiático, Samit Aich.
O responsável da organização explicou que o Greenpeace solicitou ao Tribunal Supremo de Délhi a revogação da ordem do Ministério, que em abril bloqueou as contas por supostas irregularidades no financiamento desde o exterior, e conceda "medidas provisórias que nos permitiriam ter acesso a nossos fundos".
A maior parte dos empregados e colaboradores do Greenpeace Índia, 228 de 340, assinaram um escrito no qual se comprometem a trabalhar sem cobrar durante um mês, fazendo a entidade "ser capaz de manter suas funções básicas até o final de junho", embora a ONG acredite em uma decisão propícia do tribunal que "evite este apresso", afirmou.
O Ministério do Interior suspendeu temporariamente o registro do Greenpeace como associação e congelou sete contas bancárias por entender que seu financiamento desde o exterior afetava "prejudicialmente" o interesse público e econômico do Estado indiano.
A decisão se emoldurou no litígio que mantêm o governo indiano e esta associação desde junho do ano passado, por causa de uma investigação ordenada pelo Escritório de Inteligência da Índia , que advertiu que algumas ONGs obstaculizam a economia do país asiático.
O Ministério do Interior pediu ao Banco Central que investigasse o financiamento do Greenpeace, especialmente o procedente do exterior, e congelou fundos da associação, embora em setembro um tribunal ordenou que os desbloqueasse, mas foram bloqueados de novo em abril.
O Greenpeace, por sua vez, considera que trata-se de uma campanha de desprestígio contra ele, em resposta aos protestos organizados para denunciar o impacto ambiental de projetos mineiros e energéticos na Índia.
A organização não figura entre as principais entidades receptoras de fundos estrangeiros na Índia, segundo os dados do próprio Ministério.