Hong Kong: com camiseta do Corinthians, ativista é agredido
Tsang é um assistente social e membro do Partido Cívico, pró-democracia
A polícia de Hong Kong será investigada por abuso de autoridade após vídeos e fotos reveladas pela imprensa nesta quarta-feira mosrtarem o uso de violência contra um manifestante pró-democracia durante os protestos da noite desta terça-feira. As informações são do South China Morning Post e da Reuters.
Ken Tsang Kim-chiu, um membro do Partido Cívico (Civic Party), apareceu com hematomas em todo o corpo após esta noite, uma das mais intensas dos protestos em Hong Kong. Nas imagens reveladas pelo partido, Tsang aparece com uma camiseta do Corinthians. Segundo a publicação, o ativista político esteve no Brasil para a Copa do Mundo deste ano, o que explicaria a roupa.
“Pelo que sabemos, Tsang já foi algemado e levado para um canto escuro para ser espancado”, disse o líder do Partido Cívico, Alan Leong Kah-kit.
“Este uso do poder e da força policial é um flagrante de abuso, o chefe da polícia deveria, pelo menos, ser investigado por [induzir] ao dano físico”, completou.
O líder do Partido Cívico também afirmou que espera uma intervenção do Ministério Público.
O parlamentar do Partido Cívico Dennis Kwok, que é o advogado que representa Tsang, disse que a polícia também espancou seu cliente dentro de uma delegacia policial. Tsang foi encaminhado a um hospital, disse Kwok.
Tsang é um assistente social. A Associação de Assistentes Sociais de Hong Kong afirmou que planeja uma passeata de protesto até a sede da polícia durante a noite.
Fotografias mostrando Tsang com o rosto e o corpo machucados, divulgadas por ativistas pró-democracia, causaram uma onda de revolta e condenação. O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que os policiais envolvidos no que parece ter sido "um ataque covarde contra um homem detido" têm de ser julgados.
A polícia
A polícia lançou uma investigação sobre o suposto espancamento de Ken Tsang Kin-chiu, ao qual os foi descrito por outras autoridades como um ataque e punição ilegais. Falando à imprensa antes de participar de uma reunião do Conselho Legislativo, o Secretário para a Segurança, Lai Tung-Kwok, disse que “o pessoal envolvido foram afastados de suas posições”.
Em um comunicado, a polícia disse que as imagens que mostram oficiais suspeitos de usar força excessiva. “A polícia já tomou ações imediatas e vai realizar uma investigação imparcial”, disse o comunicado.
Pelo menos 45 manifestantes foram detidos na madrugada desta quarta-feira em Hong Kong. A operação policial foi a mais dura contra os protestos, organizados por estudantes, na última semana e ocorreu depois que manifestantes invadiram um túnel de quatro faixas na terça-feira à noite, interrompendo o trânsito e pedindo o sufrágio universal.