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Ásia

Hong Kong: organizadores de ato pró-democracia são presos

​Segundo os organizadores, a manifestação de quarta-feira, com 800 mil pessoas, foi a maior desde a restituição da ex-colônia britânica à China, em 1997

4 jul 2014 - 13h24
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<p>Manifestantes s&atilde;o levados&nbsp;por policiais depois de passarem uma noite detidos no distrito financeiro central de Hong Kong, em&nbsp;2 de julho</p>
Manifestantes são levados por policiais depois de passarem uma noite detidos no distrito financeiro central de Hong Kong, em 2 de julho
Foto: Tyrone Siu / Reuters

A polícia prendeu nesta sexta-feira, em Hong Kong, cinco membros da organização da grande manifestação pró-democracia realizada na terça-feira e que reuniu quase um milhão de pessoas, informou um dos membros do grupo, Johnson Yeung.

"Isso é repressão política", afirmou à imprensa antes de se entregar à polícia junto a outros companheiros da Frente Civil de Direitos Humanos.

Na quarta-feira, a polícia de Hong Kong desalojou centenas de manifestantes que se negavam a abandonar o bairro financeiro do território, após uma manifestação a favor da democracia que reuniu mais de 800 mil pessoas.

<p>Segundo os organizadores, a manifesta&ccedil;&atilde;o de quarta-feira, com 800 mil pessoas, foi a maior desde a restitui&ccedil;&atilde;o desta ex-col&ocirc;nia brit&acirc;nica &agrave; China, em 1997</p>
Segundo os organizadores, a manifestação de quarta-feira, com 800 mil pessoas, foi a maior desde a restituição desta ex-colônia britânica à China, em 1997
Foto: AP

Segundo os organizadores, a manifestação foi a maior desde a restituição desta ex-colônia britânica à China, em 1997.

O Parque Victoria de Hong Kong, ponto de saída da passeata que terminou no distrito comercial cercado de arranha-céus, se transformou em um mar de guarda-chuvas e cartazes que exibiam slogans como "queremos uma verdadeira democracia" e "resistimos unidos contra a China".

A mobilização ocorreu pouco depois de um referendo oficioso sobre a instauração do sufrágio universal direto, do qual participaram quase 800.000 eleitores, quando os organizadores destas eleições esperavam apenas 300.000.

Este território do sul da China conta com 7,2 milhões habitantes.

No referendo não-oficial, que durou 10 dias e terminou no domingo, os eleitores deviam optar entre três diferentes métodos para escolher o próximo líder de Hong Kong em 2017. Todas as alternativas incluíam alguma influência da população na escolha dos candidatos.

Na segunda-feira, Pequim condenou o voto e acusou seus organizadores de violar a lei.

A China prometeu que os habitantes de Hong Kong poderão escolher o executivo local em 2017, embora tenha deixado claro que vai manter o controle sobre as candidaturas, uma condição que ativistas pró-democracia consideram inaceitável.

A antiga colônia britânica foi devolvida a Pequim no dia 1º de julho de 1997. Desde então tem o status de região administrativa especial e goza, a princípio, de uma ampla autonomia em virtude do modelo "um país, dois sistemas".

Isso dá aos cidadãos liberdades que não existem no continente, incluindo a liberdade de expressão e o direito de manifestação.

No entanto, nos últimos anos, tem aumentado o medo de perda das liberdades.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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