O homem que a polícia acusa de ser o líder de um estupro coletivo em um ônibus em Nova Délhi em dezembro, crime que indignou a Índia, se enforcou em sua cela nesta segunda-feira, disseram as autoridades penitenciárias. Ram Singh fez um laço com o colchão em que dormia e se enforcou pouco antes do amanhecer em uma grade no teto da cela que ele dividia com outros três detentos, disse o porta-voz da prisão Sunil Gupta.
Embora houvesse câmeras por toda Tihar, a principal prisão de segurança máxima da Índia, não havia nenhuma nas celas individuais, disse Gupta. Singh tinha sido colocado na categoria "segurança normal", então não recebeu nenhuma vigilância especial, ele disse.
Gupta não soube dizer quanto tempo Singh levou para fazer o laço ou como conseguiu passá-lo pela grade, que fica 2,3 metros acima do chão. O advogado de Singh, V.K. Anand, disse que seu cliente estava calmo quando falou com ele no tribunal na sexta-feira, e "não tinha nenhuma reclamação". Singh, que poderia pegar a pena de morte se fosse condenado por homicídio, não estava na vigilância de suicídio, disseram Anand e Gupta.
"Eu sei que ele fez algumas poucas reclamações de autoridades penitenciárias torturando-o, mas nada que fizesse com que ele tirasse a própria vida. Não podemos descartar um crime", disse Anand. Anteriormente, Anand tinha negado que seu cliente sofresse maus tratos na prisão. Ele não quis explicar o que quis dizer por "tortura".
O ministro do Interior, Sushil Kumar Shinde, descreveu o incidente como um "lapso grande" na segurança e disse que um inquérito foi instaurado.
Singh e outros cinco, inclusive um menor, foram colocados em julgamento pelo ataque em 16 de dezembro contra uma estagiária de fisioterapia de 23 anos. O ataque provocou protestos nacionais, um endurecimento das leis de estupro e um debate intenso sobre crime excessivo contra mulheres na Índia.
O pai de Singh disse que não acreditava que seu filho tivesse cometido suicídio e suspeitava que ele tivesse sido assassinado em sua cela. "Ele confessou seu erro, então por que cometeria suicídio? Ele estava preparado para qualquer castigo que o governo pudesse dar a ele", disse Mange Lal Singh.
O julgamento dos cinco homens adultos começou no mês passado, enquanto o julgamento do menor começou na semana passada. O irmão de Ram Singh, Mukesh Singh, o assistente de academia Vinay Sharma, o faxineiro do ônibus Akshay Kumar Singh e o vendedor de frutas Pawan Kumar são os outros homens que estão sendo julgados.
A polícia disse que os seis atacaram a mulher e seu companheiro no ônibus quando o casal voltava para casa depois de assistir a um filme. A mulher foi estuprada várias vezes e torturada com uma barra de metal. Os dois foram gravemente espancados antes de serem atirados em uma estrada.
A mulher morreu de ferimentos internos em um hospital de Cingapura duas semanas depois. Especialistas legais disseram que a morte de Singh não mina o caso da promotoria, que era grandemente baseado em provas de DNA e depoimentos da vítima de estupro antes de ser morta e de seu amigo.
Manifestante grita em protesto contra a violência em Nova Délhi após um estupro coletivo
Foto: Reuters
Jovem lança de volta uma bomba de gás lacrimogêneo jogava pela polícia
Foto: AFP
Soldados usam jatos de água para dispersar manifestantes
Foto: AFP
Jato d'água atinge manifestante enquanto a polícia tenta dispersar o protesto em frente ao Palácio Presidencial indiano, em Nova Délhi
Foto: AFP
Bomba de gás lacrimogêneo é lançada por policiais contra manifestantes em frente à sede do governo
Foto: AFP
Policiais carregam garota que protestava em frente ao Palácio Presidencial indiano, em Nova Délhi. Uma manifestação contra o estupro coletivo sofrido por uma estudante de medicina em um ônibus da cidade terminou em confronto nesta quarta-feira. Milhares de pessoas foram à sede do governo para pedir medidas de combate à violência contra mulheres no país
Foto: AFP
Estudantes sikh pedem a pena de morte para autores do estupro coletivo de uma estudante indiana, em Srinagar, na região indiana da Caxemira. A jovem foi violentada por seis homens em Nova Délhi na semana passada. O crime gerou uma onda de protestos pelo país. Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro Manmohan Singh prometeu tomar medidas para coibir a violência contra as mulheres
Foto: AP
Estudantes sikh protestam contra o brutal estupro coletivo em Srinagar. A jovem vítima, que não teve a idade revelada, está sendo tratada em Cingapura. Médicos dizem que o estado dela é "extremamente crítico"
Foto: AP
Policiais controlam manifestação de estudantes pedindo justiça para vítimas de estupro em Nova Délhi
Foto: AFP
Estudante de Nova Délhi carrega placa em que se lê: "Justiça para todos sobreviventes de estupro"
Foto: AFP
None
Foto: Terra
None
Foto: Terra
Indianas participam de manifestação noturna em Nova Délhi
Foto: Reuters
Milhares saíram às ruas em protesto pacífico em memória à vítima de um estupro coletivo em Nova Délhi
Foto: Reuters
Indianas participam de manifestação noturna em Nova Délhi
Foto: Reuters
Cidadãos acendem velas em nome das vítimas de estupro na Índia
Foto: Reuters
Manifestante canta e grita durante protesto na Índia contra os casos de estupro
Foto: Reuters
Foto: Terra
Manifestantes fazem ritual com fogo em homenagem à jovem vítima de estupro coletivo
Foto: AFP
Outro manifestante sugere o enforcamento dos homens que estupraram a estudante de 23 anos
Foto: AFP
Jovens exibem cartazes pedindo que estupradores sejam queimados como punição
Foto: AP
Cartazes comparam estupradores a câncer, pedem um posição do governo e clamam que a situação indiana não seja ignorada pelo povo, pelos governantes nem pela polícia
Foto: AFP
Manifestantes acendem velas em homenagem a jovem que morreu após ser estuprada e jogada de ônibus em movimento
Foto: AFP
Estudantes do partido de oposição Bharatiya Janata tentam romper barreira policial durante protesto por morte de jovem estuprada por seis homens
Foto: AP
Jovem segura cartaz com desenho de uma mulher e a inscrição "basta!"
Foto: AFP
Foto: Terra
Estudantes seguram velas enquanto rezam por vítima de estupro coletivo na Índia
Foto: Reuters
Estudantes indianas formam números representando a chegada do Ano-Novo durante cerimônia de oração. Acima delas, flores formam as palavras "condolências a Damini", nome simbólico dado à vítima de estupro
Foto: AP
Compartilhar
Publicidade
Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.