Índia e França assinam acordos e ratificam aliança em energia solar
A Índia e a França deram nesta segunda-feira um passo adiante em suas relações ao assinar 14 acordos, entre eles um memorando de entendimento para a compra de caças Rafale, e a ratificação de seu compromisso com a Aliança Solar, uma aposta pela transferência de tecnologia e financiamento aos Estados em desenvolvimento.
O presidente francês, François Hollande, se encontrou hoje com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, inaugurou uma obra e viajou de metrô fora de Nova Délhi.
Os dois países optaram por assinar um memorando de entendimento que ratifica a intenção de aquisição de 36 dessas aeronaves e que pode ter os aspectos que ainda estão pendentes, fundamentalmente os financeiros, fechados, embora nenhuma das partes tenha divulgado os números dessa operação.
Hollande destacou que a assinatura nesta viagem do "Acordo Intergovernamental", é um passo à frente da "declaração" de intenção de aquisição, feita por Modi em abril em Paris.
Hollande destacou as perspectivas que se abrem aos empreendedores franceses na Índia, ao lembrar que já há mil empresas francesas operando no país "e os investimentos continuam a aumentar em todos os campos".
Hollande também celebrou a cooperação na indústria aeroespacial, que completa 50 anos e que continuará com vários acordos assinados hoje pelos quais França tomará parte em alguns dos projetos espaciais da Índia.
A visita, a primeira de Hollande ao exterior após a Cúpula Mundial de Mudança Climática (COP21) em Paris em dezembro, também teve um forte conteúdo de cooperação sobre energias limpas e luta contra a mudança climática.
O presidente francês destacou o esforço realizado pela Índia, quarto emissor de CO2 do planeta e um dos países mais reticentes a aceitar os acordos finalmente pactuados em Paris, enquanto Modi destacou a liderança francesa que ajudou a aproximar posições durante a cúpula.
Os dois estenderam suas felicitações à colocação da primeira pedra do Secretariado da Aliança Solar, uma iniciativa conjunta lançada na COP21 e concebida como "plataforma de cooperação entre os países desenvolvidos que dispõem de tecnologia solar e os que estão em vias de desenvolvimento".
Mais de 30 países apoiaram a iniciativa e, segundo Modi, a pretensão é alistar 122 nações que têm mais de 300 dias de luz solar ao ano no projeto, meta que Hollande quer que esteja próximo de conseguir até a reunião em abril em Nova York para a assinatura do Acordo de Paris.
O presidente francês indicou que "agora com a COP21 finalizada está começando uma nova etapa na qual nossas palavras devem se transformar em ações".
Hollande destacou que com a Aliança Solar buscam somar 1,2 trilhões de euros (cerca de R$ 4,3 trilhões) até 2030 e gerar uma capacidade de 1.000 gigawatts deste tipo de energia em dez anos. A França já aprovou 300 milhões de euro para esta iniciativa.
Como estava previsto, ambos dirigentes assinaram além disso um comunicado conjunto com um forte rejeição ao terrorismo e reivindicando uma luta frontal contra esse flagelo, ao tempo de aprovar novos mecanismos para coordenar esforços.
"O presidente Hollande e eu decidimos reforçar a cooperação em matéria de contraterrorismo de modo que nos permita diminuir de forma significativa a ameaça do extremismo e do terrorismo em nossas sociedades", indicou Modi.