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Ásia

Indonésia reconsidera compra de aviões Embraer por tensão sobre execuções

24 fev 2015 - 09h50
(atualizado às 16h11)
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A Indonésia está reconsiderando a compra de aviões militares e lança-foguetes do Brasil, em meio a uma tensão entre os dois países sobre a execução de brasileiros por tráfico de drogas, disse o vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, de acordo com o jornal Jakarta Post.

Aviões de combate Super Tucano da Força Aéra da Colômbia em voo de demonstração. 24/02/2015
Aviões de combate Super Tucano da Força Aéra da Colômbia em voo de demonstração. 24/02/2015
Foto: John Vizcaino / Reuters

Os dois países chamaram de volta seus embaixadores para consultas em uma disputa que começou quando a Indonésia executou o cidadão brasileiro Marco Archer e outras cinco pessoas de diferentes países, no mês passado.

Um outro brasileiro, Rodrigo Gularte, está em um segundo grupo de 11 presos que aguardam para serem executados em breve na Indonésia, país que tem uma das leis mais rígidas do mundo contra o tráfico de drogas.

Kalla afirmou que o governo indonésio está reconsiderando a compra de 16 aviões EMB-314 Super Tucano fabricados pela Embraer para a Força Aérea do país, de acordo com o jornal.

Procurada, a Embraer não comentou o assunto.

A companhia já entregou 8 dos 16 aviões pedidos pela Indonésia, cumprindo uma encomenda acertada em 2010 que foi ampliada em 2012.

As ações da companhia estavam entre as principais quedas do Ibovespa nesta tarde, com recuo de mais de 2,5 por cento às 16h03, enquanto o principal índice da bolsa paulista subia 0,72 por cento.

O país do Sudeste Asiático também considera cancelar uma encomenda por sistemas de lançadores múltiplos de foguetes.

O Brasil chamou de volta o embaixador na Indonésia pouco após a execução de Archer.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff cancelou, de última hora, o recebimento da credencial diplomática do novo embaixador da Indonésia, o que levou Jacarta a chamá-lo de volta em protesto.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, que tomou posse em outubro, prometeu não ter clemência com condenados por tráfico de drogas, apesar de ter recebido telefonemas de líderes mundiais, incluindo Dilma, pedindo pelo perdão de pessoas no corredor da morte.

(Reportagem de Randy Fabi)

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