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Ásia

Japão vai guardar terra radioativa em terrenos de Fukushima

Medida foi estipulada em um acordo que o governo assinou com o estado de Fukushima em agosto do ano passado

10 mar 2015 - 08h50
(atualizado às 17h05)
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Tanques de armazenamento de água da usina de Fukushima, no Japão. 12/11/2014
Tanques de armazenamento de água da usina de Fukushima, no Japão. 12/11/2014
Foto: Shizuo Kambayashi / Reuters

O governo do Japão informou nesta terça-feira que, pela primeira vez, adquiriu terrenos próximos à usina de Fukushima para armazenar terra contaminada com material radioativo emitido pela central.

Os terrenos ficam em uma área de 16 quilômetros quadrados em Okuma (onde se localiza a usina) e Futaba que foi delimitada para armazenar a terra extraída durante os trabalhos de descontaminação, segundo funcionários do Executivo japonês explicaram para a agência Kyodo.

A medida foi estipulada em um acordo que o governo assinou com o estado de Fukushima em agosto do ano passado.

No entanto, as parcelas adquiridas hoje só constituem uma pequena porção do total, pois muitos dos 2.400 proprietários da área se negam a vender suas terrar pois não acreditam que o armazenamento será temporário, como assegurou o governo.

Japoneses protestam contra reativação de usina nuclear:

Todos os moradores de Okuma e Futaba tiveram o acesso a suas casas proibido ou restringido desde o acidente provocado pelo terremoto e o tsunami de quatro anos atrás, e temem que, em sua ausência, suas propriedades se transformem em cemitérios nucleares permanentes.

O governo, por outro lado, diz que é necessária a criação da zona de armazenamento delimitada porque acredita que os milhares de sacos de terra -atualmente distribuídos por vários pontos da área- não incentivarão o retorno dos moradores quando as restrições de acesso ao local foram retiradas.

O tsunami e terremoto que devastaram o nordeste do Japão em 11 de março de 2011 provocaram na usina de Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.

As emissões e vazamentos radioativos mantêm deslocados mais de 68 mil pessoas que viviam junto à usina e afetaram gravemente a pesca, a agricultura e a pecuária local.

EFE   
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