Julgamento de estupro que indignou a Índia durará semanas
A defesa dos acusados pelo estupro coletivo e morte de uma jovem indiana em dezembro do ano passado - um caso que causou revolta no país asiático - afirmou que o julgamento rápido que começou nesta segunda-feira em Nova Délhi durará "semanas". "Em semanas haverá uma sentença. Esperamos que seja rápida", disse à agência EFE o advogado K. Anand, que defende um dos cinco acusados nessa corte pelo crime.
Há ainda um sexto acusado, que por ser menor de idade, está sendo julgado por um tribunal específico para sua faixa etária.A corte metropolitana de Saket, no sul da capital indiana, realizou hoje durante aproximadamente uma hora a primeira audiência desde que, na semana passada, decidiu transferir o caso a uma sala distinta para que o processo se desenvolva pela "via rápida".
Segundo fontes judiciais, o tribunal fixou a próxima audiência para a quinta-feira desta semana e confirmou que as audiências seguintes continuarão, como até agora, "a portas fechadas", apesar de a defesa dos acusados ter pedido que fossem abertas. Outro advogado, A.P Singh, que representa dois dos acusados, alegou hoje perante a corte que um de seus clientes, Vinay Sharma, que trabalhava no ônibus onde ocorreu o estupro, é menor de idade.
O advogado afirmou, na frente do tribunal, que seu cliente nasceu "em março de 1995", e por isso na data do crime tinha 17 anos, um dado que, se for confirmado, poderia livrá-lo de receber uma condenação regular, tendo que ser julgado por uma corte de menores. "O juiz se comprometeu a emitir uma decisão sobre este assunto na próxima quinta-feira", acrescentou Singh.
O caso de estupro e morte desta jovem, uma estudante de fisioterapia de 23 anos que recebeu de alguns veículos de imprensa o pseudônimo de Amanat, gerou uma excepcional onda de protestos no gigante asiático.
O crime foi cometido no dia 16 de dezembro em um ônibus de Nova Délhi, onde durante 40 minutos os supostos agressores violentaram e torturaram a jovem, que estava acompanhada do namorado. Ambos foram depois postos para fora do veículo nus e feridos, e a jovem morreu 13 dias depois da agressão, em um hospital de Cingapura.