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Ásia

Kim Jong-un encerra boatos ao reaparecer após 40 dias sumido

O líder estava usando bengala e sorriu nas fotos de uma inauguração de prédios na cidade de Pyongyang

14 out 2014 - 07h31
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O líder supremo da Coreia do Norte reapareceu após 40 dias
O líder supremo da Coreia do Norte reapareceu após 40 dias
Foto: KCNA / Reuters

Sorridente e apoiado sobre uma bengala, Kim Jong-un reapareceu nesta terça-feira nos meios de comunicação estatais da Coreia do Norte, pondo fim a uma ausência de 40 dias alimentada por especulações, confirmando que o "líder supremo" segue à frente do regime.

Rodeado de membros da elite norte-coreana, Kim ofereceu suas características "indicações no terreno" durante a inauguração de um novo complexo imobiliário em Pyongyang, segundo as fotografias divulgadas pelo diário "Rodong".

As imagens representam a primeira aparição pública desde 3 de setembro do marechal, cuja a idade é estimada em 31 anos.

Os 40 dias de sua ausência motivaram todos os tipos de especulações, especialmente por parte da imprensa sul-coreana, que discutiu a hipótese de um suposto golpe de Estado. Houve rumores de que Kim sofria de gota, diabetes, tinha os tornozelos fraturados e, inclusive, que se encontrava em estado de morte cerebral.

A reaparição do "líder supremo" encerra muitos boatos, mas o uso da bengala confirma que ele sofre de algum problema de saúde. E os especialistas da Coreia do Sul já começaram a oferecer possíveis diagnósticos.

"Isso pode ser uma prova de que ele se submeteu a uma cirurgia", afirmou à Agência Efe Ahn Chan-il, diretor do Centro Mundial de Pesquisa sobre a Coreia do Norte (Wink), conhecido por ser o primeiro refugiado norte-coreano e obter doutorado em uma universidade de Seul.

Ahn, um dos maiores especialistas mundiais no regime comunista da Coreia do Norte, afirmou que o rosto de Kim "parece mais inchado e assimétrico", o que atribuiu aos "remédios para combater a dor quando se realizam operações cirúrgicas".

"É difícil analisar só com fotografias. É preciso esperar para ver seus movimentos quando vídeos forem publicados na televisão estatal norte-coreana, algo que pode ocorrer nos próximos dias", acrescentou.

Kim Yong Hyun, professor de estudos norte-coreanos na Universidade de Dongkuk em Seul, afirmou hoje à emissora local "YTN" que a lesão de Kim não deve estar curada, por isso Pyongyang só revelou fotografias. Vídeos poderiam sugerir uma maior gravidade da doença.

"A Coreia do Norte precisava mostrar a presença do líder a seus cidadãos e ao exterior para encerrar as dúvidas sobre o seu poder e a estabilidade do sistema", analisou o professor.

As autoridades do governo sul-coreano reagiram com indiferença à reaparição de Kim e a consideraram como algo previsível.

Uma representante do Ministério da Unificação garantiu à EFE que a notícia não surpreendeu, já que nas semanas passadas o poder na Coreia do Norte não se modificou, desmentindo os diversos rumores em torno do misterioso desaparecimento.

Ela também afirmou que, a julgar pelas fotografias, Kim parece "suficientemente são".

O retorno do marechal norte-coreano, que entre junho e julho de 2012 desapareceu da vida pública por 23 dias, pôs fim a sua ausência mais longa desde que assumiu o poder há quase quatro anos.

A expectativa é que a imprensa norte-coreana ofereça mais pistas sobre a saúde do "líder supremo" nos próximos dias.

EFE   
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