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Ásia

Mãe implora a premiê japonês que salve o filho refém do Estado Islâmico

28 jan 2015 - 08h38
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A mãe do jornalista japonês Kenji Goto, sequestrado pelo Estado Islâmico, fez um apelo pela vida do repórter nesta quarta-feira depois da divulgação de um novo vídeo em que ele aparece dizendo ter 24 horas de vida, a menos que a Jordânia solte uma suposta mulher-bomba.

Junko Ishido, mãe de jornalista japonês Goto, mantido refém pelo Estado Islâmico, fala com jornalistas em Tóquio. 28/1/2015
Junko Ishido, mãe de jornalista japonês Goto, mantido refém pelo Estado Islâmico, fala com jornalistas em Tóquio. 28/1/2015
Foto: Yuya Shino / Reuters

A voz no vídeo acrescentou que outro refém, o piloto Jordanian Muath al-Kasaesbeh, tinha um tempo mais curto de vida. O Japão confirmou a existência do vídeo na terça-feira.

A voz dizia que Goto seria morto, a menos que a Jordania libertasse a detenta Sajida al-Rishawi, uma mulher iraquiana que está no corredor da morte por ter sido presa pela Jordânia por seu papel em um atentado suicida que matou 60 pessoas em Amã em 2005.

"Por favor, salve a vida de Kenji. Peço-lhes para trabalhar com todas as suas forças nas negociações com o governo da Jordânia", escreveu a mãe de Goto, Junko Ishido, em uma carta ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que ela leu em uma entrevista coletiva.

"O tempo que lhe resta é muito curto... Peço-lhe que faça tudo em seu poder", disse Junko, reiterando que o filho não era um inimigo do Islã.

Abe disse que o vídeo mais recente era "desprezível". Ele pediu que a Jordânia coopere nos esforços para a liberação rápida de Goto, mas prometeu que o Japão não cederia ao terrorismo.

A Reuters não pôde verificar a autenticidade do vídeo, mas o chefe de gabinete do governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que aparentemente era Goto. A voz no vídeo se assemelha à de Goto em um vídeo anterior no fim de semana, que os governos japonês e norte-americano acreditam ser autêntico.

Se confirmado, o vídeo seria o terceiro com Goto, de 47 anos, um repórter veterano em coberturas de guerra.

A questão dos reféns é a mais profunda crise diplomática enfrentada por Abe, que tem de se equilibrar em uma linha tênue entre mostrar firmeza sem parecer insensível, em pouco mais de dois anos no cargo.

"Ao fazer todos os esforços para contribuir ativamente para a paz e a estabilidade mundial sem ceder ao terrorismo, vamos exercer todos os meios para impedir o terrorismo em nosso país", disse Abe à câmara alta do Parlamento.

O ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, afirmou anteriormente a repórteres que o governo estava fazendo todos os esforços possíveis em estreita coordenação com a Jordânia para garantir a libertação dos reféns, mas ele se recusou a comentar sobre o conteúdo dessas discussões.

Bassam Al-Manaseer, presidente do comitê de Relações Exteriores na câmara baixa do Parlamento da Jordânia, disse em entrevista à agência de notícias Bloomberg, em Amã, que a Jordânia estava em negociações indiretas com o Estado Islâmico para garantir a libertação de Goto e Kasaesbeh. 

Kasaesbeh foi capturado depois que seu avião caiu no nordeste da Síria, em dezembro, durante uma missão de bombardeio contra os militantes.

Al-Manaseer disse que as negociações estavam ocorrendo por intermédio de líderes religiosos e tribais no Iraque. "Esperamos ouvir boas notícias em breve", afirmou Manaseer.

Em meio a uma enxurrada de relatos não confirmados na mídia japonesa de que poderia haver um acordo para troca do refém, o vice-chanceler japonês, Yasuhide Nakayama, disse a repórteres em Amã que não tinha nada de novo a dizer sobre o status de Goto.

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