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Ásia

Mais de 500 são detidos em ato pró-democracia em Hong Kong

Ato pode se transformar no maior desafio ao controle do Partido Comunista chinês em Hong Kong em mais de uma década

2 jul 2014 - 01h28
(atualizado às 04h57)
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Os manifestantes exigem mais democracia nas eleições para o líder da cidade, ou chefe-executivo, em 2017
Os manifestantes exigem mais democracia nas eleições para o líder da cidade, ou chefe-executivo, em 2017
Foto: Vincent Yu / AP

Mais de 500 manifestantes foram detidos pela polícia durante um ato pró-democracia que reuniu mais de meio milhão de pessoas, segundo a organização do evento, em Hong Kong. Os manifestantes fizeram uma paralisação depois de marchar pelo distrito financeiro da ex-colônia britânica e, como se negaram a deixar o local, foram detidos pelos policiais.

Segundo fontes policiais, um total de 511 manifestantes - 351 homens e 160 mulheres - foram detidos durante a madrugada, acusados de "reunião ilegal e obstrução". Autoridades diminuiram o número de presentes no ato para 98,6 mil.

Os manifestantes exigem mais democracia nas eleições para o líder da cidade, ou chefe-executivo, em 2017. Eles querem que as indicações sejam abertas a todos. Já os líderes chineses querem que somente candidatos pró-Pequim estejam nas cédulas.

“Tenho direito de protestar, não precisamos de permissão da polícia”, entoou a multidão sentada sob o calor sufocante e a umidade do verão de Hong Kong.

A marcha pró-democracia e a paralisação subsequente, realizada principalmente por grupos de estudantes, podem se transformar no maior desafio ao controle do Partido Comunista chinês em mais de uma década.

Política

A tradicional manifestação de 1º de julho, que lembra o aniversário da devolução de Hong Kong à China, atraiu milhares de pessoas que percorreram as principais ruas da cidade reivindicando o voto universal para Hong Kong e menos intervenção política do governo de Pequim nos assuntos da ex-colônia britânica.

O líder do Executivo de Hong Kong, C.Y. Leung, disse ontem que o governo estava tentando conseguir um consenso sobre a reforma política. Hong Kong debate seu desenvolvimento democrático em duas frentes, uma através dos ativistas, que contam com apoio popular, e a outra oficial, com o governo de Pequim à frente.

Os ativistas pró-democracia são representados pelo grupo "Occupy Central with Love and Peace" (OCPL, Ocupar o Distrito Central com Amor e Paz), organizador de um plebiscito extraoficial, do qual participaram 800 mil cidadãos (10% da população), para pedir o sufrágio universal.

A China, por sua vez, tinha prometido a introdução do voto universal na antiga colônia britânica para as eleições de 2017, mas quer um comitê para aprovar os candidatos. Tanto o governo de Hong Kong, como o da China, disseram que o plebiscito não era legítimo.

Os protestos contra o controle do governo comunista se intensificaram depois que Pequim tornou público no dia 10 de junho o chamado "Livro Branco de Hong Kong", um documento afirmando que a autonomia da ex-colônia britânica deveria ser supervisionada por Pequim.

Muitos ativistas viram no documento, o primeiro deste tipo em 17 anos de soberania chinesa, uma ameaça de intervenção política nos assuntos do território e uma violação do princípio "um país dois sistemas" que, desde a devolução de Hong Kong para a China, determina a autonomia plena da ex-colônia britânica em todas as competências, exceto nos assuntos de defesa e política externa.

Hong Kong foi devolvida à China em 1997, após um acordo assinado entre China e Grã-Bretanha em 1984.

Com informações das agências AP, EFE e Reuters

Fonte: Terra
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