Malásia abre investigação por terrorismo com sumiço de avião
Temores sobre possível ataque terrorista surgiram depois que o governo anunciou a abertura de uma investigação sobre quatro suspeitos que estavam no avião
A Malásia abriu neste domingo uma investigação por terrorismo, no dia seguinte ao desaparecimento de um Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines que transportava 239 pessoas, incluindo passageiros que embarcaram com passaportes roubados.
Os temores sobre um possível ataque terrorista surgiram depois que o governo anunciou a abertura de uma investigação sobre quatro suspeitos a bordo do voo MH370, que fazia o trajeto de Kuala Lumpur-Pequim.
A agência oficial chinesa Xinhua informou neste domingo que um cidadão chinês também não estava no avião, como havia sido relatado anteriormente. O homem assegura que nunca teve seu passaporte roubado ou perdido, embora o número de seu documento estivesse na lista de passageiros, com um novo nome.
Os Estados Unidos, que tinha três de seus cidadão a bordo, enviaram agentes da Polícia Federal (FBI) para ajudar nas investigações. Eles, contudo, indicaram que no momento não encontram nenhuma evidência de terrorismo.
"Mobilizamos nossos serviços de informação e, é claro, informaremos as agências de combate ao terrorismo (...) de todos os países envolvidos", declarou o ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein.
O presidente da companhia Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, explicou que o avião desaparecido havia sofrido um acidente em 2012, em uma colisão com outra aeronave em terra no aeroporto de Xangai.
"Uma parte da ponta da asa, de cerca de um metro, de desprendeu", mas "o Boeing foi reparado e estava apto a voar", garantiu o presidente desta empresa malaia, considerada confiável por ter tido poucos acidentes.O voo MH370, que transportava 227 passageiros de várias nacionalidades e 12 tripulantes, desapareceu dos radares uma hora após sua decolagem entre o leste da Malásia e o sul do Vietnã, sem enviar mensagens de socorro.
24 de março - Membro da família de um passageiro a bordo do vôo MH370 da Malaysia Airlines chora depois de assistir a transmissão da entrevista coletiva, em que o governo malaio confirmou que o avião caiu no oceano Índico. Foto tirada no hotel Lido, em Pequim, na segunda-feira, 24 de março
Foto: AFP
24 de março - Membro da família de um passageiro a bordo do vôo MH370 da Malaysia Airlines chora depois de assistir a transmissão da entrevista coletiva em que o governo malaio confirmou que o avião caiu no oceano Índico. Foto tirada no hotel Lido, em Pequim, na segunda-feira, 24 de março
Foto: Reuters
9 de março - Familiares confortam Chrisman Siegar, a esquerda, e sua esposa Herlina Panjaitan, parentes de Firman Siregar, um dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido desde a noite de sexta-feira, em sua residência em Medan, Sumatra do Norte, na Indonésia
Foto: AP
9 de março - Familiares de passageiros do vôo desaparecido da Malaysia Airlines choram no hotel Putrajaya, na Malásia, onde as famílias aguardam informações e recebem assistência
Foto: AP
Parentes choram ao sair do local onde familiares e amigos dos passageiros do avião da Malaysia Airlines estão sendo recepcionados, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia
Foto: AP
Parentes reclamam da falta de informações de companhia aérea Malaysia Airlines
Foto: Reuters
8 de março - Familiares dos passageiros que estavam no vôo aguardam informações sobre o desaparecimento da aeronave
Foto: AP
Uma mulher, aos prantos, é ajudada por funcionários do aeroporto de Beijing, onde parentes dos passageiros do avião da Malaysia Airlines esperam por notícias
Foto: AP
8 de março - Porta-voz da Malaysia Airlines, a direita, fala com a imprensa em hotel em Beijing, China
Foto: AP
Boeing 777 da Malaysia Airlines, que desapareceu das telas de controle de tráfego aéreo nas primeiras horas deste sábado, transportando 239 pessoas. O vôo ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim. Foto de dezembro de 2011
Foto: AP
Uma mulher, cercada pela mídia, cobre o rosto em sua chegada em um hotel que está preparado para receber parentes e amigos dos passageiros a bordo do avião desaparecido. Pequim, China, sábado, 8 de março
Foto: AP
Ahmad Jauhari Yahyain, executivo-chefe da Malaysian Airlines Group, fala durante uma coletiva de imprensa em um hotel em Sepang, arredores de Kuala Lumpur, Malásia, neste sábado, 8 de março
Foto: AP
O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, ao centro, chega à área de espera para a família e amigos de passageiros do vôo da Malaysia Airlines MH370, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, neste sábado, 8 de março
Foto: Reuters
12 de março - Famílias chinesas arremessaram garrafas de água em autoridades, durante entrevista coletiva, na manhã de 12 de março, em Pequim
Foto: Nine Networks / Reprodução
Parentes de passageiros esperam por novas informações em hotel de Pequim nesta terça-feira. Há ameaças de greve de fome para expressar sua raiva a desapontamento com o modo como a situação tem sido conduzida pelas autoridades
Foto: AFP
18 de março - Parentes ameaçaram, onze dias após o sumiço de avião, a fazer greve de fome como forma de expressar raiva a desapontamento com o modo como a situação tem sido conduzida pelas autoridades
Foto: AFP
Em uma folha de papel mostrada para a imprensa, uma mulher, parente de um dos passageiros, pediu o retorno dos familiares e respeito pela vida
Foto: AP
"Nós não temos informações, e todo mundo está compreensivelmente preocupado, afirmou Wen Wanchen, cujo filho estava no avião
Foto: AP
18 de março - Familiares sem notícias disseram que, caso seja necessário, vão até a embaixada malaia para saber informações sólidas. Eles ameaçaram greve de fome nesta terça-feira
Foto: AP
Um membro da família de passageiro a bordo no avião desaparecido grita durante visita de oficiais da companhia ao hotel. Parentes se dizem revoltados com autoridades e com falta de notícias
Foto: Reuters
Parentes de passageiros acompanham o noticiário local para saber mais informações sobre o desaparecimento
Foto: Reuters
Homem mostra papel para a imprensa com mensagem das famílias dos passageitos que amaeaçaram greve de fome em 18 de março
Foto: Reuters
22 de março - Um parente de passageiro chinês do voo do Boeing 777 protestou contra falta de respostas ao desaparecimento neste sábado. Um satélite chinês encontrou objetos ao sul do oceano Índico que podem ser de avião
Foto: AP
22 de março - Parentes aguardam notícias recentes sobre paradeiro de avião desaparecido há 2 semanas. Bebê dorme em cima de cadeiras em hotel na China
Foto: AP
22 de março - Um parente de passageiro chinês do voo do Boeing 777 protestou contra falta de respostas ao desaparecimento neste sábado. Um satélite chinês encontrou objetos ao sul do oceano Índico que podem ser de avião
Foto: AP
22 de março - Parentes dos passageiros acompanham notícias no hotel em Pequim, China. Um satélite encontrou rastros de objetos ao sul do Oceano Índico neste sábado que podem ser pista de avião desaparecido desde 8 de março
Foto: AP
22 de março - Criança com camiseta "Reze pelo MH370" em aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia
Foto: AP
24 de março - Os familiares de passageiros a bordo do vôo MH370 da Malaysia Airlines gritam a choram após assistir à transmissão da entrevista coletiva em que o governo da Malásia confirmou que a aeronave caiu no oceano Índico e que não haveria sobreviventes
Foto: Reuters
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"Há uma possibilidade real de que o avião tenha dado meia volta", indicou o general Rodzali Daud, chefe da Força Aérea da Malásia, citando informações dos radares. No entanto, o presidente da Malaysia Airlines disse que o sistema de alerta do Boeing teria sido ativado nesse caso.
Kuala Lumpur estendeu a área de buscas neste domingo até a costa oeste da Malásia, e pediu ajuda da Indonésia. Nas buscas, iniciadas na costa leste da Malásia, participam 40 navios e 22 aeronaves de vários países, principalmente da China, Estados Unidos, Vietnã, Malásia, Filipinas e Cingapura.
EUA devem enviar navios para ajudar na busca por vítimas de avião desaparecido:
A Malaysia Airlines informou neste domingo que "teme o pior". Várias embarcações chegaram ao local onde no sábado foram detectados traços de combustível no Mar da China Meridional, mas não foram encontrados nenhum vestígio do Boeing.
As especulações sobre a identidade dos passageiros aumentaram, após a confirmação de que o austríaco Christian Kozel e o italiano Luigi Maraldi não viajavam no voo, embora estivessem na lista de passageiros. Ambos tiveram seus passaportes roubados na Tailândia nos últimos anos.
Apesar de o Ministério dos Transportes ter informado a presença no avião de quatro suspeitos, o chefe da aviação civil da Malásia garantiu que apenas dois passageiros utilizaram passaportes roubados. "O fato de que (os passaportes) foram roubados, não significa que os passageiros eram terroristas", ressaltou ao jornal Los Angeles Times um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
O avião, um Boeing 777-200, transportava pelo menos 153 chineses, 38 malaios, sete indonésios, seis australianos, quatro franceses e três americanos. Entre os passageiros estavam dois menores de idade.
As famílias dos passageiros esperam ansiosamente por notícias, neste domingo, em um hotel perto do aeroporto de Pequim. "A companhia ainda não entrou em contato conosco, foi um amigo que nos alertou", declarou uma mulher que chorava, à espera de ter notícias de seu cunhado.
No entanto, a empresa garante que tem informado as famílias da melhor maneira possível, dada a confusão sobre o desaparecimento da aeronave.
Caso a catástrofe seja confirmada, seria o mais mortal acidente da aviação desde 2001, quando 265 pessoas morreram em um acidente de um Airbus A-300 da American Airlines nos Estados Unidos.
O acidente mais grave de um Boeing 777, ocorreu no aeroporto de San Francisco em julho de 2013, onde três pessoas morreram.
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