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Ásia

Malásia acusa embaixador de "manipular" assassinato de Kim

5 mar 2017 - 04h03
(atualizado às 10h36)
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O vice-primeiro-ministro da Malásia, Ahmad Zahid Hamidi, acusou neste domingo o embaixador da Coreia do Norte no país de tentar "manipular" com suas declarações o assassinato em Kuala Lumpur de Kim Jong-nam, irmão mais velho do ditador norte-coreano.

As declarações de Zahid, que também ocupa a pasta do Interior, acontecem depois que o Ministério das Relações Exteriores malaio anunciou ontem à noite a expulsão do embaixador Kang Chol por não pedir desculpas após as críticas feitas sobre a investigação do crime.

Momento em que mulher passa um lenço sobre o rosto de Kim Jong-nam, que poderia ser tóxico
Momento em que mulher passa um lenço sobre o rosto de Kim Jong-nam, que poderia ser tóxico
Foto: Câmera de segurança do aeroporto / BBCBrasil.com

Perante a ausência de resposta a esse pedido, o ministro das Relações Exteriores malaio, Naifah Aman, convocou no sábado o diplomata norte-coreano, mas Kang Chong não compareceu à reunião.

As autoridades malaias deram ao diplomata 48 horas para deixar o país, prazo que vencerá na segunda-feira.

"As declarações realizadas pelo embaixador estavam dirigidas obviamente a manipular o assunto", disse Zahid este domingo durante uma reunião com membros do partido governante, segundo o jornal "The Star".

A medida é anunciada em meio a uma escalada de tensão entre Malásia e Coreia do Norte pelo envenenamento de Kim Jong-nam no último dia 13 de fevereiro enquanto a vítima imprimia seu cartão de embarque em um terminal de saídas do aeroporto de Kuala Lumpur.

A Malásia emitiu na sexta-feira uma ordem de detenção contra Kim Uk Il, um funcionário da companhia aérea norte-coreana Air Koryo refugiado na embaixada de seu país em Kuala Lumpur e que estaria relacionado com o crime.

Malásia procura 4 norte-coreanos pelo assassinato de Kim Jong-nam:

As autoridades malaias também solicitam o testemunho do secretário da delegação norte-coreana, Hyon Kwang Song, embora este não possa ser detido por contar com imunidade diplomática.

Ambos foram vistos se despedindo no aeroporto de Kuala Lumpur de quatro norte-coreanos suspeitos de planejar o ataque mortal com um potente agente tóxico contra Kim Jong-nam no terminal aéreo.

As até agora únicas pessoas detidas pelo assassinato são duas mulheres, a indonésia Siti Aisha e a vietnamita Doan Thi Huong, acusadas de assassinato por envenenar a vítima com o agente nervoso VX, que acabou em questão de minutos com a vida de Kim Jong-nam, ao esfregar em seu rosto um lenço enxaguado com o tóxico.

A polícia malaia considera que as duas mulheres foram recrutadas para cometer o assassinato pelos quatro norte-coreanos procurados pelas autoridades, enquanto elas alegam que foram contratadas para fazer uma piada com a vítima.

Tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte de ter organizado o assassinato de Kim Jong-nam.

A Malásia, no entanto, evitou até o momento responsabilizar Pyongyang da morte do irmão de seu líder Kim Jong-un, que segundo a Coreia do Norte morreu de um ataque do coração.

EFE   
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