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Ásia

Malásia: líder da oposição é considerado culpado de sodomia

Anwar Ibrahim foi acusado de ter mantido relações sexuais com seu assessor, mas considera o julgamento uma manobra das autoridades para afastá-lo da política

10 fev 2015 - 04h11
(atualizado às 07h51)
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Foto de outubro de 2014 de Anwar Ibrahim acusado de sodomia pelo Tribunal Federal da Malásia
Foto de outubro de 2014 de Anwar Ibrahim acusado de sodomia pelo Tribunal Federal da Malásia
Foto: AP

O líder da oposição política na Malásia, Anwar Ibrahim, foi declarado nesta terça-feira culpado de sodomia pelo Tribunal Federal da Malásia, que ratificou uma sentença anterior do Tribunal de Apelações que o condenava a cinco anos de prisão.

Anwar, de 67 anos, considera o julgamento uma manobra das autoridades para afastá-lo da política. Ele foi acusado em junho de 2008 de ter mantido relações sexuais com seu assessor, Saiful Bukhari Azlan, que o denunciou à polícia.

O juiz Arifin Zakaria disse que o depoimento de Saiful "é crível" e coincide com "amplas provas que corroboram" o crime e que também foram consideradas pelos juízes que ditaram a condenação contra o político.

"Não temos nenhuma razão para mudar esse resultado", disse Arifin durante a leitura da decisão, segundo informações do site Malaysia Insider.

Em fevereiro do ano passado, o Tribunal de Apelações o condenou a cinco anos após revogar uma decisão anterior do Alto Tribunal, que absolveu Anwar das acusações em 2012, o que permitiu que o político concorresse nas eleições em 2013.

A aliança de oposição obteve 52% dos votos, mas apenas 89 das 222 cadeiras do parlamento nacional, frente a 133 do governante Frente Nacional, que teve o pior resultado de sua história naquelas eleições.

A sodomia é punida na Malásia com penas de até 20 anos de prisão, mas são raros os julgamentos. O país é de maioria muçulmana, com 60% de seus 29 milhões de habitantes professando essa religião.

Anwar foi julgado em duas ocasiões pelo mesmo crime, a primeira em 1998, quando era vice-primeiro-ministro de Finanças e os analistas o apresentavam como o sucessor de Mahathir Mohamad para a chefia de governo.

Após enfrentar Mahatir, em 1998, foi expulso do partido, da coalizão governante, destituído de suas funções e processado pelos crimes de abuso de poder e sodomia, acusações pelas quais acabou sendo condenado a seis e nove anos de prisão, respectivamente.

Enquanto lutava nos tribunais, Anwar iniciou sua carreira na oposição, no início à frente do movimento "Rerformasi".

Conseguiu a liberdade em 2004, depois que o Tribunal Federal anulou sua condenação por sodomia, mas ainda teve que cumprir quatro anos de inabilitação para assumir cargos públicos.

EFE   
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