MH370: piloto estaria passando por problemas pessoais
Segundo reportagem do jornal The New Zealand Herald, o estado emocional em que Zaharie se encontrava poderia tê-lo prejudicado durante o voo
O mistério em torno do desaparecimento do voo MH 370 ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. Um jornal neozelandês disse ter apuado que o piloto do avião da Malaysia Airlines, que carregava 239 pessoas a bordo, estaria enfrentando problemas pessoais relacionados ao fim de seu casamento.
Zaharie Ahmad Shah, de 55 anos, pilotava o Boeing 777 que sumiu dos radares enquanto sobrevoava o Mar do Sul da China, no Sudeste Asiático, no início deste mês. Até agora, o paradeiro da aeronave é desconhecido.
Segundo uma reportagem do jornal The New Zealand Herald, o estado emocional em que Zaharie se encontrava poderia tê-lo prejudicado durante o voo, que deveria aterrisar em Pequim, na China, cerca de seis horas depois de ter decolado de Kuala Lumpur, na Malásia.
Citando um piloto próximo a Zaharie que pediu para não ser identificado, o diário diz que o comandante estaria tendo dificuldades em lidar com a separação de sua esposa, que decidiu abandoná-lo, e com o relacionamento conturbado com outra mulher, com quem ele teria um caso extraconjugal.
Durante as investigações, autoridades da Malásia confirmaram que Zaharie atendeu a uma ligação pouco antes de decolar de um celular que continha um chip obtido com a identidade falsa de uma mulher.
Segundo a fonte ouvida pelo The New Zealand Herald, o piloto estava "terrivelmente triste" quando sua esposa anunciou que sairia de casa e poderia ter decidido levar o avião para uma parte do mundo para onde ele nunca teria voado, possivelmente como "sua última viagem".
Piloto experiente, Zaharie, de 52 anos, possuía mais de 18 mil horas de voo. Ele voava junto com o copiloto Fariq Adbul Hamid, de 27 anos, que completava a sua sétima viagem a bordo de um Boeing 777.
A hipótese de suicídio ainda não foi descartada, embora todos os atos suicidas conhecidos tenham ocorrido na primeira hora após a decolagem, dizem os investigadores.
Informações recentes, porém, mostram que o avião teria permanecido no ar por pelo menos sete horas.
Amigos de Zaharie saíram em defesa do piloto, que descreveram como afável, carinhoso e generoso.
Nesta quinta-feira, autoridades da Tailândia afirmaram, com base em imagens de satélite, que 300 objetos foram detectados em uma área do sul do Oceano Índico, onde as buscas pelo avião já vinham sendo realizadas.
A imagem foi feita pelo satélite Thaichote no dia 24 de março, um dia depois de um satélite francês ter detectado outros 122 objetos flutuantes.
'Especulação'
Em entrevista ao jornal malaio de língua inglesa New Straits Times, o filho do piloto, Ahmad Seth Zaharie, de 26 anos, quebrou pela primeira vez o silêncio e reagiu aos comentários de que seu pai seria responsável pelo desaparecimento do avião.
"Li tudo o que foi publicado na internet. Mas ignorei toda a especulação. Eu conheço meu pai melhor do que todo mundo", declarou.
Ele também repudiou as insinuações de que pai teria sequestrado o avião como um ato político. Há relatos de que Zaharie seria simpatizante de uma figura do alto escalão da oposição da Malásia.
"Talvez não fôssemos tão próximos porque ele viajava muito. Mas eu sei quem ele é de verdade", acrescentou Ahmed.