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Ásia

Mulheres e crianças fogem de intensos bombardeios em Ghouta, na Síria

Forças do governo Sírio intensificaram o ataque na região perto da capital, Damasco, apesar de cessar-fogo negociado na semana passada para proteger civis

4 mar 2018 - 12h42
(atualizado às 13h24)
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Moradores estão fugindo da região de Ghouta, na Síria, onde a situação tem sido descrita como "extremamente crítica".

A batalha na região se intensificou porque o exército do governo Sírio parece estar aumentando a pressão para retormar o território - que é perto da capital, Damasco, e está dominado pela oposição.

A região é intensamente povoada, e grande parte dos civis fugindo são crianças
A região é intensamente povoada, e grande parte dos civis fugindo são crianças
Foto: AFP / BBC News Brasil

Forças do governo tomaram 10% da região, segundo monitores o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Um comboio humanitário da ONU que estava programado para ir à região no domingo não conseguiu entrar no território. Segundo a organização, 40 caminhões carregando suplementos foram impedidos de entrar na cidade de Douma por funcionários do governo Sírio.

A batalha no local deixou mais de 600 pessoas mortas - muitas delas crianças - desde de 18 de fevereiro.

Quão ruim é a situação?

Nem a trégua diária de cinco horas anunciada pela Rússia - principal aliado do governo sírio - nem a negociação de um cessar-fogo feita pelo Conselho de Segurança da ONU ajudaram e aliviar a tensão no local.

A oposição acusa forças leais ao governo de usarem uma arma química - gás cloro - e bombardeios aéreos contra a população civil de Ghouta.

A ONU diz que "a punição coletiva de civis é simplesmente inaceitável";

Mas de 600 pessoas foram mortas nas últimas semana na região leste de Ghouta
Mas de 600 pessoas foram mortas nas últimas semana na região leste de Ghouta
Foto: AFP / BBC News Brasil

"Em vez de uma pausa necessária, continuamos vendo mais batalhas, mais mortes, e mais relatos perturbadores de fome e de hospitais sendo bombardeados", diz Panos Moumtzis, coordenador da ajuda humanitária da ONU na região.

Cerca de 393 mil pessoas estão presas na região, sob cerco.

Para onde as pessoas estão fugindo?

Fontes das forças de oposição e jornalistas cobrindo o conflito dizem que centenas de pessoas estão fugindo dos bombardeios ao sul da cidade de Douma e ao leste da região de Ghouta, que é densamente povoada.

A batalha em Ghouta foi intensificada nas últimas semanas
A batalha em Ghouta foi intensificada nas últimas semanas
Foto: AFP / BBC News Brasil

Há relatos de que moradores - em grande parte mulheres e crianças - estão fugindo para a região central do território para procurar abrigo. A violência da batalha tem escalado ao sul de Douma, onde o governo luta contra o Jaish al-Islam, um dos três principais grupos de oposição.

Um civil que conversou com a BBC disse que a situação está "extremamente crítica".

Qual o objetivo do governo Sírio?

Diversos relatos sugerem que as forças do governo estão tentando dividir a região em duas.

A imprensa oficial do governo diz que o exército avançou em várias frentes e tomou o controle de cidades e fazendas ao atacar ao leste do território.

Os militares - que estão sendo acusados de atacar alvos civis - dizem que estão tentando "liberar a região" de grupos que eles acusam de serem "terroristas. Ghouta é uma das últimas áreas dominadas pelas forças rebeldes ao governo.

Segundo estimativas do Centro Sírio de Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês), 470 mil pessoas já morreram desde o início da guerra civil síria, em 2011. Outras 5 milhões já deixaram o país, calcula o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

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