Norte-coreanos chegam a nado à Coreia do Sul e pedem asilo
Os dois homens têm cerca de 20 e 50 anos - podendo ser pai e filho
Dois norte-coreanos chegaram à Coreia do Sul nesta quinta-feira atravessando a fronteira marítima a nado, um fato raríssimo, anunciou o ministério da Reunificação de Seul.
Os homens, de cerca de 20 e 50 anos, chegaram nadando à ilha sul-coreana de Gyodongdo, no mar Amarelo, por volta das 04h locais desta quinta-feira (16h de Brasília de quarta-feira), onde foram avistados por soldados.
"Ambos expressaram a vontade de desertar. Pensamos que são pai e filho", afirmou o porta-voz ministerial.
"Estão sendo interrogados, como exige o procedimento ao se tratar de desertores", acrescentou.
A ilha ultraprotegida de Gyodongdo encontra-se a 2,5 quilômetros da costa norte-coreana.
A maioria dos norte-coreanos que fogem da repressão e da pobreza cruzam clandestinamente a fronteira com a China, relativamente permeável, para depois tentar chegar à Coreia do Sul a partir do sudeste asiático.
Por sua vez, é quase impossível atravessar a fronteira que divide em dois a península coreana desde o fim da guerra entre ambas as partes (1950-1953).
Materializada por uma "zona-tampão" de 4 km de largura entre os dois países, que nunca assinaram um tratado de paz, é uma das fronteiras mais fechadas do mundo.
Em 2013, 1.516 refugiados norte-coreanos chegaram à Coreia do Sul, número ligeiramente superior à de 2012, mas baixo em comparação aos anos anteriores, segundo dados do Ministério da Unificação de Seul.
Os norte-coreanos que fogem da fome ou da repressão política para a mais próspera Coreia do Sul normalmente percorrem um longo caminho que começa na China, geralmente cruzando o rio Amnok (rio Yalu em chinês), no noroeste da Coreia do Norte.
A Coreia do Sul acolhe a todos os refugiados do Norte, aos que dá a cidadania sul-coreana e diversas ajudas para sua integração na sociedade, embora muitos deles fracassem na adaptação à vida e à sociedade do país vizinho por causa das grandes diferenças entre as nações.
Com informações da AFP e EFE.