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Ásia

ONG: Coreia do Norte está ampliando campos de concentração

5 dez 2013 - 11h09
(atualizado às 11h11)
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Trânsito em Pyongyang em imagem de 4 de dezembro
Trânsito em Pyongyang em imagem de 4 de dezembro
Foto: Reuters

A Coreia do Norte está aumentando o número de presos e o trabalho forçado em dois de seus principais campos de prisioneiros políticos, segundo denunciou nesta quinta-feira a Anistia Internacional (AI) após analisar uma série de imagens recentes registradas por satélite.

Através de um relatório divulgado hoje, a AI revela que detectou novos quartéis e uma ampliação das instalações madeireiras e de mineração, assim como grande quantidade de guaritas de segurança e alambrados para controlar os campos, após estudar as imagens registradas ao longo de 2013 das colônias penais ("kwanliso" em coreano) números 15 e 16.

No Kwanliso 16 (também conhecido como campo de prisioneiros de Hwasong), situado na gélida província de Hamgyong do Norte, é percebido um aumento de quartéis, da atividade mineradora, agrícola e madeireira que realizam forçadamente, sem medidas de segurança e quase sem direito a descanso para os prisioneiros detidos no local.

Em 2011 se estimava que em Hwasong, que tem cerca de 560 km² (equivalente a três vezes o tamanho da cidade de Washington), haviam cerca de 20 mil presos políticos.

Já no Kwanliso 15 (também chamado campo de Yodok) é visto um número menor de alojamentos dos prisioneiros em comparação a 2011, embora a atividade de trabalho forçado permaneça "significativa", já que, por exemplo, é perceptível um maior processamento de madeira bruta, o que aparenta ser uma fábrica de móveis.

Nos 370 km² de Yodok (situado a cerca de 120 km a nordeste de Pyongyang) acredita-se que estão presas cerca de 50 mil pessoas.

A AI lembra que nestas colônias vivem muitas crianças, uma vez que a Coreia do Norte pratica "limpezas de sangue". Medida em que três gerações de uma mesma família devem ser presas quando um só de seus membros comete uma falta contra o regime ou fala mal do mesmo.

A análise, que foi entregue a uma comissão da ONU que investiga os abusos de direitos humanos por parte do regime de Kim Jong-un, vem acompanhada de duas entrevistas realizadas com uma ex-prisioneira de Yodok que presenciou execuções públicas e com um ex-carcereiro que trabalhou em Hwasong nos anos 80 e 90.

O ex-agente penitenciário disse que os presos, após cometerem alguma ofensa no campo, eram forçados a cavar seus próprios túmulos antes de serem executados a base de marteladas no pescoço. Ele também contou sobre estrangulamentos e surras até a morte com pedaços de madeira, além de prisioneiras que "desapareciam" depois de terem sido estupradas por guardas.

EFE   
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