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Ásia

ONU silenciou sobre violações dos direitos humanos no Afeganistão

2 out 2010 - 09h05
(atualizado às 09h54)
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A ONU permaneceu em silêncio sobre um relatório a respeito de violações dos direitos humanos no Afeganistão entre abril de 1978 e dezembro de 2001, que acusava soviéticos, grupos islâmicos e forças americanas de participar em "atrocidades", afirma o jornal suíço Le Temps.

As revelações foram feitas após a aguardada publicação na última sexta-feira de um polêmico relatório da ONU sobre a possibilidade de "genocídio" cometido pelo Exército de Ruanda na República Democrática do Congo no fim dos anos 90.

"Outro informe solicitado pelo Alto Comissariado (da ONU para os Direitos Humanos) sobre crimes cometidos entre 1978 e 2001 no Afeganistão foi deliberadamente silenciado pelas Nações Unidas, por motivos políticos", acusa o jornal, que obteve uma cópia do documento de 300 páginas.

"O célebre "mapping report", concluído em dezembro de 2004, depois de um ano de trabalho, também deveria ter sido publicado em janeiro de 2005", completa o Le Temps.

"Não foi e, depois de adiamento após adiamento, terminou por ser esquecido".

O relatório aponta "as atrocidades cometidas nos meses seguintes ao golpe de Estado militar de abril de 1978, durante a invasão e a ocupação soviética (1979-1989) e durante a guerra em que o Partido Democrático do Povo do Afeganistão enfrentou a resistência mujahedine até o governo dos talibãs e sua derrota, no fim de 2001, para a coalizão liderada pelas tropas americanas".

"Também acusa soviéticos, líderes comunistas, mujahedines, grupos islamitas até mesmo as forças americanas de participação, em diversos graus, em atrocidades (torturas, saques, execuções sumárias, prisões arbitrárias, massacres de civis, estupros em série, alistamento de crianças) sofridos pelos afegãos durante 23 anos", destaca o Le Temps.

O americano Barnett Rubin, um dos três autores do documento, afirmou ao jornal que a ONU decidiu não publicar o relatório a pedido do presidente Hamid Karzai (que governa o Afeganistão desde dezembro de 2001), porque mencionava pessoas que continuam no governo afegão.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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