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Ásia

Polícia desmonta acampamento de manifestantes em Hong Kong

Os protestos pró-democracia exigem indicações livres para a próxima eleição do executivo-chefe, como é conhecido o líder local, em 2017

11 dez 2014 - 11h11
(atualizado às 14h52)
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<p>Pol&iacute;cia e funcion&aacute;rios do governo de Hong Kong limpam &aacute;rea de protestos em 11 de dezembro</p>
Polícia e funcionários do governo de Hong Kong limpam área de protestos em 11 de dezembro
Foto: Bobby Yip / Reuters

Hong Kong liberou a maior parte do local dos protestos pró-democracia nesta quinta-feira, e deteve alguns manifestantes, marcando o fim dos mais de dois meses de manifestações de rua que bloquearam vias importantes da cidade controlada pela China.

Muitos ativistas preferiram deixar pacificamente o local no Almirantado, próximo de edifícios do governo e do centro financeiro, apesar de suas exigências de voto livre não terem sido atendidas.

Mas o clima geral era de desafio, e os manifestantes entoavam: “nós voltaremos”.

Grupos de até quatro policiais prenderam um por um os últimos manifestantes horas depois de trabalhadores usarem tesouras para remover as barricadas e desmontar andaimes de bambu.

Martin Lee, um dos fundadores da principal legenda de oposição, o Partido Democrático, o líder estudantil Nathan Law, o magnata da mídia Jimmy Lai e parlamentares estavam entre os presos.

Os protestos majoritariamente pacíficos representaram um dos maiores desafios à autoridade chinesa desde as manifestações pró-democracia de 1989 e da repressão sangrenta dentro e nos arredores da Praça da Paz Celestial, em Pequim.

Centenas de policiais revistaram outras partes do Almirantado, verificando barracas antes de levá-las embora, assim como barreiras de metal, capas plásticas e guarda-chuvas, que os ativistas usaram durante os confrontos para se proteger dos sprays de pimenta e dos golpes de cacetete.

Uma cabeça decapitada do presidente chinês, Xi Jinping, feita de papelão foi posta diante de uma fileira de policiais.

“O movimento foi surreal. Ninguém sabia que podia durar mais de dois meses... em um lugar onde o tempo e o dinheiro são o mais importante”, disse o manifestante Javis Luk, de 27 anos.

Houve pouca resistência. Os manifestantes embalaram travesseiros, cobertores e outros pertences em suas tendas, montadas em uma das áreas de maior valor imobiliário do mundo, e abandonaram o local.

Alguns manifestantes desdenharam dos alertas da polícia, gritando os seus próprios para o questionado líder de Hong Kong, Leung Chun-ying. “Este é o último alerta para CY Leung! Mostre a cara, CY Leung”, gritaram.

Lai afirmou que seria ingenuidade achar que 75 dias de protestos bastariam para ter suas demandas satisfeitas.

“Não somos tão ingênuos”, disse ele à rede de televisão CNN antes de ser preso. “Sabemos que haverá muitas batalhas antes de vencermos esta guerra”.

As manifestações exigem indicações livres para a próxima eleição do executivo-chefe, como é conhecido o líder local, em 2017. Pequim declarou que irá permitir a votação em 2017, mas só com candidatos previamente escolhidos.

Os protestos atraíram bem mais de 100 mil pessoas em seu auge, e os estudantes deram vazão à sua revolta diante da recusa chinesa de ceder nas reformas eleitorais.

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