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Ásia

Polícia detém 100 pessoas e líderes estudantis em Hong Kong

Agentes prenderam as mais de 100 pessoas por formação de quadrilha, agressão a um oficial, posse de armas e obstrução das autoridades

26 nov 2014 - 08h42
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Joshua Wong (esquerda) e Lester Shum (direita) são líderes estudantis e foram presos nesta quarta-feira
Joshua Wong (esquerda) e Lester Shum (direita) são líderes estudantis e foram presos nesta quarta-feira
Foto: Liau Chung-ren / Reuters

Mais de 100 pessoas foram detidas, entre eles os líderes estudantis Joshua Wong e Lester Shum, e ao menos 20 ficaram feridas na madrugada desta quarta-feira em Hong Kong, em enfrentamentos entre policiais e manifestantes pró-democracia durante a operação para remoção de parte das barricadas do distrito operário de Mong Kok.

A polícia, que mobilizou milhares de agentes, utilizou gás e cassetetes para dispersar os manifestantes que ocupavam novas ruas do bairro de Mong Kok, depois que uma das zonas tomadas pelos protestos há quase dois meses foi desocupada.

Os agentes prenderam as mais de 100 pessoas por acusações que incluem formação de quadrilha, agressão a um oficial, posse de armas e obstrução das autoridades, durante os intensos enfrentamentos que se prolongaram durante 12 horas, até depois das 3h da madrugada de hoje (17h de Brasília da terça-feira), informaram fontes policiais em um comunicado.

Joshua Wong, que figurou na capa da revista "Time" no início das manifestações, é o líder do movimento estudantil Scholarism, que reúne alunos do ensino médio. Lester Shum, por sua vez, é um dos secretários da Federação dos Estudantes de Hong Kong, organização que liderou as conversas com o governo durante os protestos.

Além das detenções, nove policiais tiveram que ser atendidos por ferimentos, enquanto o número de manifestantes que precisam de atendimento médico ainda é incerto.

Manifestantes tentam entrar no Parlamento de Hong Kong:

Os enfrentamentos começaram às 15h de terça-feira (5h de Brasília), depois que agentes e oficiais de justiça iniciaram uma operação para retirar as barricadas montadas pelos manifestantes em um trecho de uma rua do bairro de Mong Kok, obedecendo a uma ordem judicial.

Uma vez que a rua foi esvaziada, os manifestantes se concentraram nas imediações, desobedecendo às ordens da polícia para que deixassem a área.

A tensão continuou enquanto centenas de policiais tentavam isolar a entrada de algumas ruas para evitar que os manifestantes expandissem suas barricadas.

Os concentrados, munidos de guarda-chuvas, capacetes e escudos, tentaram erguer barricadas em novas ruas e interromperam o trânsito temporariamente em duas vias.

O tenso embate entre policiais e manifestantes em Hong Kong deve prosseguir hoje, já que o governo local anunciou que vai utilizar força policial para dispersar a principal aglomeração em Mong Kok.

A operação, considerada de alto risco, prevê que hoje seja desmantelado o acampamento na Rua Nathan, onde centenas de barracas se estendem por mais de 500 metros. Essa rua é uma das grandes artérias do trânsito da península de Kowloon.

O bairro de Mong Kok, que tem alta densidade de população e concentra grande parte da atividade comercial e turística da ex-colônia britânica, foi palco de alguns dos enfrentamentos mais violentos desde que começaram os protestos pró-democráticos.

Enquanto o apoio da população ao movimento está em declínio, os manifestantes se recusam a deixar as ruas, quando hoje completam 60 dias de protestos.

EFE   
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