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Ásia

Presidente sul-coreana aceita ser investigada por escândalo de corrupção

4 nov 2016 - 02h33
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A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, afirmou nesta sexta-feira que aceitará ser investigada, se necessário, no suposto caso de corrupção e tráfico de influência pela ingerência de uma amiga próxima em assuntos de Estado.

"Farei tudo o que puder para cooperar no que for necessário. Aceitarei uma investigação", afirmou a mandatária sul-coreana, durante um pronunciamento transmitido pelas principais emissoras do país, após dez dias de silêncio no meio do maior escândalo político dos últimos anos.

Park Geun-hye se recusou a oferecer explicações detalhadas sobre seu envolvimento "já que há uma investigação em curso" e espera que os promotores "descubram a verdade".

Nenhum chefe de Estado da Coreia do Sul foi investigado pela Promotoria desde a fundação do país em 1948 até hoje, com isso, Park seria a primeira a passar por esse processo, como reivindica parte da oposição e da população.

A presidente substituiu os últimos dias o primeiro-ministro, assim como seu chefe de gabinete e três secretários, em uma tentativa de responder a enorme polêmica gerada no país pelo popularmente denominado caso "Choi Soon-sil".

Choi Soon-sil, de 60 anos, é uma amiga íntima de Park que está sendo investigada por supostamente ter se apropriado de dinheiro público e influenciar na política do país, apesar de não possuir algum cargo público.

Em seu discurso de hoje, a presidente pediu "suas mais sinceras desculpas" aos cidadãos da Coreia do Sul por estar no centro deste escândalo.

"Tenho me questionado por que me tornei presidente. Me sinto devastada. Meu coração está rompido por ter causado alguma dor", disse.

O caso provocou uma enorme indignação entre os sul-coreanos, que pediram, durante manifestações, a renúncia de Park, acreditando que ela delegou importantes decisões sobre políticas de Estado para uma pessoa desconhecida.

Além disso, Choi Soon-sil é filha do falecido líder de uma seita religiosa que foi mentor de Park há décadas, por isso, começou a ser espalhado no país que rumores que a presidente estava sendo influenciada pelo xamanismo, uma religião ancestral e ainda existente na Coreia do Sul.

"Os rumores sobre seitas e xamanismo não são verdadeiros. Quero deixar isso claro", afirmou Park.

EFE   
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