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Ásia

Presidente sul-coreana tira indicação de primeiro-ministro em pleno escândalo

8 nov 2016 - 06h26
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A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, revogou nesta terça-feira a recente indicação do novo primeiro-ministro, diante da resistência da oposição, em meio a um grande escândalo político pela suposta interferência de sua amiga íntima em assuntos de Estado.

Em uma reunião com o porta-voz da Assembleia Nacional, Chung Sye-kyun, a chefe de Estado aceitou que sejam os deputados que se encarreguem de escolher o novo primeiro-ministro do país, disse em uma breve mensagem transmitida pela TV após a reunião.

Park também disse a seu interlocutor que o novo primeiro-ministro será o responsável por controlar o gabinete, em vez da própria presidente, diretamente atingida pelo maior escândalo político dos últimos anos na Coreia do Sul.

"Se a Assembleia Nacional recomenda um candidato, vou nomeá-lo como primeiro-ministro, o autorizando a manter o controle total sobre o gabinete", disse a chefe de Estado.

Park também disse que "a normalização dos assuntos de Estado" é a prioridade número um neste momento, e por isso delegará suas responsabilidades no primeiro-ministro diante da impossibilidade de seguir governando com normalidade por conta do escândalo que está envolvida.

No último dia 2, a presidente nomeou como novo primeiro-ministro Kim Byong-joon, um político vinculado à oposição, em uma tentativa de atenuar os seguidos pedidos de renúncia.

No entanto, a proposta necessitava da ratificação da Assembleia Nacional, algo que possivelmente não iria ocorrer pela explícita rejeição dos dois partidos da oposição - que somam a maioria - acreditando que a designação unilateral de Park procura fugir da responsabilidades no caso "Choi Soon-sil".

Choi é uma amiga íntima da presidente sem cargo público que supostamente modificou seus discursos, secretamente interveio em assuntos de Estado e captou fundos de forma ilícita utilizando sua influência para depois se apropriar de parte deles, segundo suspeita da Promotoria.

O caso causou um rebuliço no país e dezenas de milhares de pessoas se manifestaram as últimas duas semanas pedindo a renúncia da presidente.

Deputados da oposição, por sua vez, receberam hoje a presidente na porta do parlamento com cartazes que diziam: "Park Geun-hye, renuncie".

Além disso, Park Geun-hye viu cair seu nível de aceitação para 5%, o número mais baixo da história para um chefe de Estado da Coreia do Sul.

A presidente também falou sobre o buraco que está passando a economia sul-coreana e pediu aos deputados da Assembleia Nacional que normalizem o mais rápido possível sua atividade para "superar a crise provocada pela queda das exportações e a reestruturação das indústrias de estaleiros e transporte naval".

EFE   
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