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Ásia

Quem são os 8 presos executados na Indonésia

Paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte faz parte do grupo fuzilado nesta terça-feira

28 abr 2015 - 17h17
(atualizado às 17h19)
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Australianos Chan e Sukumaran foram condenados à morte por serem líderes do grupo "Os Nove de Bali"
Australianos Chan e Sukumaran foram condenados à morte por serem líderes do grupo "Os Nove de Bali"
Foto: AFP

Oito condenados à morte por tráfico de drogas na Indonésia foram executados por fuzilamento na tarde desta terça-feira (horário de Brasília, madrugada de quarta na Indonésia) .

Foram sete estrangeiros, inclusive o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte. Entre os executados havia ainda dois cidadãos da Austrália, três da Nigéria e um de Gana.

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Numa decisão de último momento, autoridades pouparam a única mulher do grupo, uma filipina, depois que a pessoa que a teria recrutado como 'mula' ter se entregue.

Mary Jane Fiesta Veloso, de 30 anos, havia sido presa ao tentar entrar com 2,5 kg de heroína na Indonésia. Ela disse que havia viajado ao país porque uma amiga da família havia lhe prometido um emprego como doméstica.

Alegou, também, que a mulher integrava uma quadrilha internacional que secretamente colocou a droga dentro da mala que carregava.

Pedidos de clemência de familiares e dos países foram rejeitados pelo presidente indonésio, Joko Widodo, que alega que o país está em uma situação de "emergência" causada pelas drogas.

A Procuradoria Geral indonésia disse que todos eles já haviam esgotado as possibilidade de recorrer das sentenças. Eles foram executados simultaneamente na prisão de Nusakambangan, onde eram mantidos em isolamento.

Veja quem eram os prisioneiros executados.

Rodrigo Muxfeldt Gularte

Paranaense de Foz do Iguaçu, foi preso em julho de 2004 no aeroporto Sukarno Hatta, em Jacarta, com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Foi condenado à morte em 2005.

A família tentava que ele fosse transferido para um hospital psiquiátrico após ter sido diagnosticado com esquizofrenia.

Foto: AFP

Gularte foi submetido a um exame a pedido das autoridades indonésias em março, mas o resultado jamais foi divulgado, apesar de pedidos da família e do governo brasileiro.

A família nutria esperanças de uma reviravolta final, tida como improvável. Antes da execução, a Justiça indonésia havia ignorado recurso da defesa que pedia revisão da decisão do presidente de negar-lhe clemência.

Outra tentativa de reverter a sentença - o pedido de transferência da guarda de Gularte para sua prima - teve audiência marcada para o dia 6 de maio, depois da execução, o que foi criticado pela defesa do brasileiro.

Myuran Sukumaran

Sukumaran tinha 33 anos e era cidadão australiano nascido em Londres. Em 2006, uma corte em Bali considerou-o chefe do "Os Nove de Bali" - um grupo de australianos preso em Bali com mais de 8 kg de heroína que seriam enviadas para a Austrália.

Foi condenado à morte em 2006 e teve seu pedido de clemência rejeitado em dezembro de 2014.

Foto: AFP

Os advogados de Sukumaran alegam que ele havia mudado desde que entrou na prisão - na penitenciária de Kerobokan, em Bali, ele conduzia grupos de estudo da Bíblia e uma escola de culinária.

Seu irmão, Chinthu Sukumaran, disse ao jornal Sydney Morning Herald que não conseguia acreditar que "este era o fim". "Ainda não perdemos a esperança", disse na ocasião.

Andrew Chan

Chan, de 31 anos, era australiano e junto com Sukumaran foi condenado à morte em 2006 por pertencer ao grupo "Os Nove de Bali".

Foto: AFP

Ele foi preso no aeroporto de Bali em abril de 2005 e teve seu pedido de clemência negado em janeiro deste ano. A defesa também argumentava que ele havia se recuperado na prisão, e dava aulas sobre a Bíblia e de culinária.

Em um de seus últimos desejos, Chan casou-se com uma indonésia na prisão, na segunda-feira.

Martin Anderson

Anderson era cidadão de Gana nascido em Londres em 1964. Ele foi preso em Jacarta em 2003. Seu pedido de clemência foi rejeitado em janeiro deste ano.

Foto: AFP

Zainal Abidin bin Mgs Mahmud Badarudin

Badarudin era o único cidadão indonésio entre os detentos a serem executados. Ele foi preso em dezembro de 2000 e condenado à morte por posse de maconha no ano seguinte. Sua clemência foi negada em janeiro deste ano.

Raheem Agbaje Salami

Salami era um nigeriano com passaporte espanhol. Acredita-se que seu nome verdadeiro seja Jamiu Owolabi Abashin, mas ele entrou na Indonésia usando um passaporte espanhol com o nome de Raheem Agbaje Salami.

Foi preso com cerca de 5kg de heroína dentro de sua mala no aeroporto de Surabaya em setembro de 1998. Foi sentenciado à prisão perpétua em abril de 1999, pena que foi reduzida para 20 anos. Mas, após recurso, a Suprema Corte condenou-o à morte.

Seu pedido de clemência foi rejeitado em janeiro deste ano.

Sylvester Obiekwe Nwolise

Nwolise era um cidadão nigeriano nascido em 1965. Foi condenado à morte em setembro de 2004 pela Justiça de Tangerang. Seu recurso de leniência foi rejeitado em fevereiro. Ele foi considerado culpado pelo tráfico de 1,1 kg de heroína no aeroporto de Jacarta, em 2002.

Em janeiro, o órgão indonésio de combate às drogas afirmou que Nwolise liderava um cartel de drogas dentro da prisão de Nusakambangan, onde estava detido.

Okwudili Oyatanze

Oyatanze era um nigeriano de 45 anos e foi condenado à morte por traficar 1kg de heroína através do aeroporto de Jacarta em 2001.

Seu pedido de clemência foi rejeitado em fevereiro deste ano.

Parentes se despedem de condenados à morte na Indonésia:
Fonte: Terra
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