Rússia chama de "histeria" fala dos EUA de guerra na Ucrânia
Para norte-americanos, russos estão aumentando avanços de tropas
Após os Estados Unidos voltarem a dizer que uma guerra na Ucrânia é "iminente" e a anunciar mais militares para países que fazem parte da região, a Rússia chamou as declarações de "histeria" e de "alarmismo" neste sábado (12) e acusou Washington de querer fazer um conflito.
"A histeria da Casa Branca diz tudo. Os anglo-americanos querem a guerra", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova.
O embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, corroborou com o discurso e disse que "as declarações do conselheiro para a Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, são alarmistas" e que "não há nenhuma prova que Moscou quer atacar antes ou depois das Olimpíadas [de Pequim]", como vem falando a mídia norte-americana.
"Frases do tipo não exprimem nada além do desejo da administração dos EUA de levar ao máximo a propaganda contra o nosso país. Washington continua a falar de ataque iminente sem dar nenhum detalhe", acrescentou em entrevista à revista "Newsweek".
Após as declarações de que o governo de Vladimir Putin poderia atacar a Ucrânia já neste fim de semana, o Ministério das Relações Exteriores de Kiev publicou uma nota oficial em que pede para que os cidadãos mantenham a calma.
"No momento, é crucial permanecer calmos, unidos no interior do país, evitar ações desestabilizadoras e que criam pânico", informou a pasta. Porém, nas ruas de Kiev, já são visíveis diversos cartazes iluminados com a frase "os heróis estão entre nós" para inspirar jovens a se tornarem soldados em caso de conflito.
Os EUA, por sua vez, mantêm o discurso de que os russos podem invadir a qualquer momento. Em coletiva de imprensa neste sábado, o secretário de Estado, Antony Blinken, voltou a dizer que "continuamos a ver sinais muito preocupantes de uma aceleração da Rússia, com a chegada de novas tropas na fronteira com a Ucrânia".
Em nota do Departamento de Estado, o país ainda ordenou a retirada de praticamente toda a equipe que atua na Embaixada de Kiev e informou que, a partir deste domingo (13), serão suspensos todos os serviços consulares no local.
Permanecerá apenas um pequeno contingente diplomático na cidade de Leopoli para "gerir emergências", acrescenta o comunicado.
Para este sábado, estão marcados dois telefonemas de alto nível entre russos e norte-americanos, um entre Joe Biden e Putin; e outro entre Blinken e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Europeus
Um dia após a União Europeia informar que mantinha todas as suas funções diplomáticas em situação de normalidade, os governos da Alemanha e dos Países Baixos deram a primeira orientação formal para que os cidadãos deixem o país.
Os cidadãos alemães que não tenham a presença "imperativa" na Ucrânia devem deixar "no curto prazo" o país porque "não se pode excluir um conflito militar".
"As tensões entre Rússia e Ucrânia aumentaram muito nos últimos dias por causa da presença e dos maciços deslocamentos de unidades militares russas próximas às fronteiras ucranianas", diz ainda a nota do governo alemão.
Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, convocou - segundo fontes diplomáticas - uma reunião de coordenação da Unidade de Crise da pasta para debater a situação ucraniana.